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Vila Nova de Famalicão | 12 Fev 2020
A linguagem da Criação, como lugar de Deus e projeto a cuidar (8)
"Nesta Carta Encíclica encontramos um apelo ao cuidado e ao combate à indiferença, em nome do amor da verdade e da justiça. "
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É interessante compreender que o Papa Francisco na Laudato Si se dirige a toda a família humana, isto é, seria mais natural o papa dirigir-se aos ministros ordenados, consagrados, fiéis leigos e a todos os homens de boa vontade, mas o Papa compreende que o assunto em causa é urgente, e necessita de um novo diálogo sobre o modo em que estamos a construir o futuro do planeta. Portanto, todos são chamados ao diálogo sobre o planeta, do qual os cristãos são chamados a uma comunhão e partilha, dessa humilde convicção que o divino e o humano se encontram no menor detalhe da túnica inconsútil da criação de Deus (LS, 9). Por isso, o Papa Francisco afirma que as pessoas que saboreiam mais e vivem melhor cada momento são aquelas que deixam de debicar aqui e ali, sempre à procura do que não têm, e que experimentem o que significa dar apreço a cada pessoa e a cada coisa, aprendem a familiarizar-se com as coisas mais simples e sabem alegrar-se com elas.

Nesta Carta Encíclica encontramos um apelo ao cuidado e ao combate à indiferença, em nome do amor da verdade e da justiça. Sabendo, que a pessoa humana e a sua dignidade se encontram no centro da análise crítica da relação entre as pessoas e a natureza. Portanto, esta encíclica é um caminho centrado nas pessoas e nas comunidades, segundo uma relação equilibrada com a natureza. Neste sentido, o Papa Francisco recorda que: «Deus perdoa sempre, os homens às vezes, mas a natureza nunca perdoa». Deste modo, em nome da preservação da natureza, a vida humana deve ser reconhecida como centro das sociedades, como bem afirma o Papa Francisco «A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum» (LS, 13).

Efetivamente, «a ecologia envolve também o cuidado das riquezas culturais da humanidade (…) entendida no sentido mais vivo, dinâmico e participativo – que não se pode excluir na hora de repensar a relação do ser humano com o meio ambiente» (LS, 143). Ora, o Papa Francisco aponta novos e fecundos caminhos. Note-se que o Papa apela a um autêntico diálogo entre saberes e culturas, baseado na eminente e universal dignidade da pessoa humana. Por isso, «a ecologia não se situa apenas ao nível científico da compreensão da realidade, mas ganha cada vez mais relevo ao nível social, moral e espiritual».

Carlos Araújo, scj (dehoniano)


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