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Caros leitores e amigos, inicio hoje uma colaboração semanal com este suplemento do jornal “Diário do Minho”.
Faço-o como resposta atrevida a um convite, que manterei durante o tempo que sinta e sintam útil.
Faço-o, por isso, sem calendário escravo nem projeto: tudo o que escreva nascerá da atenção que poise aqui e ali, em pessoas e circunstâncias. Os textos terão, por isso, o título genérico de “Olhares”.
A escolha tem a ver com uma convicção que me perturba crescentemente: vivemos a correr, permanentemente sem sítio. Deste modo, apenas nos ficam riscos na memória, num “parece-me que…”, raras vezes enraizado na terra calma do silêncio e da espera.
Se alguém mais pacificado nos alerta para o que perdemos, é vulgar que acorde em nós uma reminiscência: «Ora deixa cá ver… Estás a falar de…? Olha, francamente, nem prestei atenção…».
Há uma sofreguidão galopante à nossa volta: quem pergunta raras vezes espera pela resposta e a análise é substituída pelo palpite; faz-se doutrina com umas tintas cabuladas e os planos que se anunciam não passam, muitas vezes, de umas rampas inclinadas; multiplica-se o foguetório, recaindo sobre os indefesos ou incautos a conta dos circos que nos cercam…
Olhar. Urge olhar.
Não resisto a citar Ermes Ronchi, em “Os beijos não dados. Tu és Beleza”: «Em hebraico, olho diz-se ‘ajin’. Esta mesma palavra significa também ‘nascente, poço’. Para o judeu, o olho, o órgão que preside à visão, faz entrar também na profundidade — onde as pestanas são igualmente a borda de um abismo. — e in principio, numa nascente.
O olho-nascente é portador e testemunha de uma luz de amor, mas que tem origem nas profundezas misteriosas da alma. (…)
O olhar é instrumento de intimidade, de afeto silencioso, amor sem palavras, fonte donde mana a beleza».
Só olhando veremos os lírios do campo, a figueira seca, as aves do céu, o funeral do filho único, o sonho aprisionado de alguém, as feridas das bermas, as folhas com as perguntas de algum doutor da lei, a coragem pendurada de um pecador público mas curioso ou a própria transitoriedade do brilho do templo.
Só olhando descortinaremos sinais, porque caminhar sem rumo é passeio louco e vagabundo.
Só olhando saberemos que há rostos que também nos olham, oferecendo ou pedindo.
Escrevo isto e sinto-me grato por ter perdido o escravizante dever (?) das horas.
Aceitem uma confissão muito pessoal: o que tenho acumulado nos dias cronologicamente mais breves é muito mais que tudo o que juntei quando a eficácia parecia ser critério indiscutível, como se a vida pudesse ser resumida numa folha de Excel!...
Olhar. Urge olhar.
Não para nos quedarmos no gozo parado, meramente estético; mas para nos situarmos e (re)orientarmos.
O Precursor que nestes dias festejamos é um bom exemplo do homem que ergueu os olhos e a voz. Imune ao medo e à sedução; fielmente.
Olhando, João viu chegar muitos fariseus e saduceus. Mas viu também, e sobretudo, aproximar-se Jesus «para ser batizado por ele»; e, logo de seguida, «viu o Espírito de Deus que descia sobre Ele em forma de pomba» e ouviu a voz : «Este é o meu Filho muito amado…».
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