Arquidiocese

ANO PASTORAL
"Juntos no caminho de Páscoa"

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14 Out 2018
Mostrar o que o escutismo faz pela comunidade
Homilia na Abertura do Ano Escutista
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  © DM

Enquanto Igreja Arquidiocesana, guiamo-nos este ano por um programa que propõe um “caminho de Páscoa” no qual devemos ser artífices de ressurreição. Como sabemos, existem muitos problemas e dramas na Igreja e na sociedade. Neste tempo, que é o nosso, queremos construir comunidades que ofereçam esperança dentro e fora dos seus espaços. É um itinerário entusiasmante pois trata-se de um objectivo audaz.

Neste caminho de Páscoa temos seis metas descritas por cada uma das letras da palavra Páscoa: Participação activa e criativa, Avaliação sobre a missão, Servir e acolher a todos, Conversão ao Evangelho, Oração e vida espiritual, Alargar os horizontes da missão. Nesta abertura do ano, confio-vos todos estes pontos programáticos. Penso, todavia, de modo particular no terceiro objectivo: “Servir e acolher a todos”. Esta é a vossa identidade.

Lia, na última Flor de Lis, “aceita o desafio, mostra o que o escutismo faz pela tua comunidade”. O CNE nunca pode perder a sua identidade de movimento católico. “O escuta orgulha-se da sua fé e por ela orienta toda a sua vida”. Primeiro uma fé esclarecida que leva ao encontro com Deus, através de Jesus que se tornou palavra que devemos conhecer e viver. Não há experiência mais feliz do que este encontro com Cristo e reconhecer que, como nos dizia o Papa Francisco, ele “quer-nos Santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa”. (G.E.1). Importa pautar alto, não ter medo de arriscar tudo por este encontro com Cristo, o único capaz de dar sentido e felicidade às nossas vidas.

Neste amor apaixonado com Cristo, encontramo-nos com a Sua missão. Ele é o enviado do Pai para fazer com que todos tenham vida e vida em abundância. É por isso que quando Cristo nos visita, sabemos que não podemos cruzar os braços e deixar a história da Igreja e do mundo correr por si mesmas. Teremos de orientar a nossa vida pelos critérios da fé. Isto é sinónimo de entrarmos na “lógica da fé em acção que se realiza no serviço da caridade.” Pelo serviço damos vida a uma Igreja que serve. Sonho com esta Igreja! E conto, sobretudo, que o Escutismo mostre que o serviço passa por muitas coisas, grandes e pequenas, a serem definidas por cada um ou pelo agrupamento. Servir é descortinar os problemas e comprometer-se na sua solução através de gestos, normalmente pequenos, que devem testemunhar uma cultura da gratuidade. Hoje todos pretendem comissões ou honras. A nós deve-nos bastar a alegria do bem que se vai realizando.

 

O nosso Programa Pastoral lembra que, pelo baptismo, todos somos líderes e, por isso, devemos partilhar os nossos dons, de modo espontâneo ou organizado. Servir é viver “em saída”, em direcção a todas “as periferias“ humanas. Daí que o agrupamento deva ser um “hospital de campanha“ onde todos estão disponíveis para cuidar das feridas, curar todas as “chagas abertas” no coração e na vida das pessoas. O caminho do escutismo é muito pragmático e claro: deixar a Igreja e a sociedade melhor do que as encontramos. Esta é a missão confiada ao CNE e cada dia vai revelará situações novas.

Escolhestes para este ano Santo Inácio de Loyola como um modelo de santidade e de modo de estar em Igreja. Viveu num período de crise e numa mudança de época. A Idade Média tinha perdido as suas referências e a Idade Moderna necessitava de intérpretes que iniciassem um novo período histórico. Inácio tinha projectos como tantos jovens sonhadores. Inicialmente levou uma vida frívola mas cedo acreditou que o mundo poderia ser diferente. Arriscou num projecto ousado de trabalhar para a glória de Deus. Daqui surgiram, naquela época e nos anos sucessivos até ao dia de hoje, respostas no mundo universitário, nas ciências, na política e no mundo do trabalho. Descrever a sua vida, através dos seus seguidores, exigiria muitas bibliotecas. E tudo porque não ficou quieto e à espera que o mundo fosse construído pelos outros. Arriscou tudo quanto tinha e, por isso, ainda hoje, a sua vida é uma semente de esperança nos quatro cantos da terra.

Estamos a viver a graça de um Sínodo dos Bispos. O Papa, com bispos e leigos do mundo inteiro, estão a mostrar a simpatia da Igreja pelos jovens. Teremos de acompanhar agora os trabalhos, rezando, mas preparando-nos para acolher as orientações. Desde já vos convido a levar a sério as orientações que esta Assembleia Sinodal oferecerá à Igreja. Não podemos ficar-nos pelas boas intenções. É importante que o escutismo, na nossa Arquidiocese, seja um movimento que mostra que as conclusões poderão e deverão trazer ao próprio escutismo um rosto mais eclesial e responsável por dar uma resposta aos problemas dos jovens.

Isto mesmo nos diz o nosso Programa Pastoral quando refere a importância de servir e a colher a todos. “Entre as «periferias», no contexto atual, situa-se a realidade da juventude. Nesse sentido, pretendemos neste ano pastoral, dar prioridade à pastoral juvenil, implicar jovens em projetos de formação e solidariedade para que descubram a aventura de viver e de se encontrar consigo mesmo, com os outros, com Jesus Cristo, através de momentos de convívio, reflexão, celebração, oração e de contacto com a natureza”. O programa está traçado. Avistemos projectos de formação e de solidariedade dando vida a uma pastoral missionária “para” e “a partir” dos jovens.

No Evangelho de hoje vemos o pedido feito ao jovem para que deixe a riqueza dos seus sonhos e projectos e se apaixone pelo ideal de um mundo mais igual e fraterno. Não aceitou o desafio! Retirou-se de semblante anuviado para uma vida sem felicidade e encanto.

Deixo aos escuteiros desta região um alerta e um pedido: sirvam sem reservas a Igreja e o mundo e mostrem a vitalidade do escutismo. Comprometam-se! Um abraço a todos aqui presentes ou que ficaram em casa. Já vejo raiar o novo mundo construído pelos jovens para felicidade de todos. Sozinhos poderá parecer impossível. Na dinâmica dos Grupos Semeadores da Esperança tudo é mais fácil.

Decorre hoje, em Roma, a Beatificação do Papa Paulo VI e do Bispo Óscar Romero. Peçamos que a nossa Arquidiocese se torne numa Igreja do Concílio Vaticano II, a grande paixão de Paulo VI, e manifeste a verdade da sua acção missionária pelo testemunho e coerência, nas pegadas de D. Óscar Romero.

† Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz

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