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Silva Araújo | 14 Jun 2004
A época dos incêndios
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A época dos incêndios Por Silva Araújo Confesso que não gosto nada de ouvir falar na época dos incêndios. Não apenas por causa dos efeitos devastadores que estes provocam mas porque se pode gerar a ideia de que os incêndios são algo que tem que acontecer. Assim como há a época das cerejas e a época das amoras, também há a época dos incêndios. Quer dizer: chegada aquela altura, as matas começam a arder. Nada mais errado. Os incêndios não são uma fatalidade. Não são algo que o homem não possa evitar. As matas ardem porque, consciente ou inconscientemente, os homens contribuem para que ardam. Porque, imprudentemente, se fazem queimadas. Porque, imprudentemente, se lançam para o seu interior pontas de cigarro e produtos inflamáveis. Porque se fazem piqueniques sem as devidas precauções. Porque as matas deixaram de ser limpas, praticamente desde que se deixou de andar à caruma e de roçar o mato. Porque mão criminosas ateiam incêndios. Uma vez que os incêndios não são algo de inevitável, mas se devem à incúria, à malvadez ou à ambição dos homens, devem ser prevenidos. E no esforço de prevenção há que insistir, muito, na cultura da responsabilidade. Responsabilidade que leva o indivíduo a convencer-se de que tem deveres a cumprir, e um destes é o de respeitar a natureza. Responsabilidade que leva o indivíduo a não tomar atitudes irreflectidas. Responsabilidade que leva o indivíduo a não praticar actos de vingança e a tomar consciência de que há processos ilegítimos de enriquecer. Responsabilidade que leva as pessoas a tomarem consciência do bem que são, para todos nós, as áreas de floresta. Quando uma floresta arde todos perdemos. É um pulmão que desaparece. Empobrece o património comum. E exige-se dos bombeiros um trabalho perfeitamente dispensável. Os Bispos das dioceses do Centro do País – Aveiro, Coimbra, Guarda, Leiria, Portalegre e Castelo Branco -- publicaram há meses uma nota em que alertam para que se não repita a tragédia que aconteceu o ano passado. Dizem que «as precauções desejadas e procuradas têm de chegar a tempo, ser operativas e envolver, de modo responsável, os proprietários das florestas, os serviços do Estado com os seus meios técnicos e mais formas de apoio, as associações de bombeiros, as populações, as autarquias e outras instituições do meio». Quer dizer: a prevenção dos incêndios é uma tarefa que toca a todos. Recomendam aos párocos que «esclareçam a consciência dos fiéis, deixando bem clara a gravidade moral do acto de quem provoca, conscientemente, os incêndios ou de quem presta pouca atenção a hábitos e descuidos que lhes podem dar origem». Solicitam aos párocos, aos educadores e aos meios de comunicação social que se «empenhem na educação da gente nova para que se abra a esta dolorosa realidade. Recomendem a sua inscrição nas associações dos bombeiros locais e noutras que defendem o património em todas as suas expressões e riqueza, e ajudem-nos a adquirir, para a vida do dia a dia, hábitos mais consentâneos com a promoção dos valores morais, que lhes permitam uma vivência solidária e responsável em comunidade». E aqueles Bispos lembram, a terminar a sua nota: «Prevenir os incêndios, promover a florestação e defender a floresta é contribuir para o bem das pessoas, das populações, do país e da humanidade». Que ninguém se recuse a fazê-lo.
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