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D. Jorge Ortiga | 12 Dez 2007
Natal é Família
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A sociedade hodierna impôs o hábito, louvável em si e merecedor de algumas reservas se exagerado, da troca de presentes na época natalícia. Recordam-se os familiares e amigos; a cada um se proporciona uma prenda, um dom, como sinal de uma amizade reconhecida e que queremos estimular.
Sendo tempo de dons, quero recordar um dom de valor incalculável e absolutamente indispensável para uma vida de equilíbrio e felicidade. Trata-se da família.
Neste contexto e como responsável pela Família Arquidiocesana, atrevo-me a questionar: A Família para ti - e desculpa o tom de intimidade – é um dom? Reconheces, no quotidiano, o valor que ela encerra ou vives distraído ignorando esse tesouro?
Nesta interpelação, parece-me ouvir alguns duvidar, pois, nem sempre lhe atribuem o valor justo. Neste caso, só diria que a família não existe se não for construída por cada um. Pretender que ela proporcione a alegria procurada sem um empenho pessoal é uma ilusão frustrante. A qualidade da Família, está nas mãos de todos os seus elementos.
Mas, na contradição da sociedade hodierna que aproximou as pessoas colocando-as a viver na aldeia global, quero recordar aqueles e aquelas que não podem ou não querem experimentar este dom da Família.
- Penso em quantos se afastaram dos seus lares e exprimem uma revolta gerada, quase sempre por eles, mas atribuída a outros;
- Penso nos sem abrigo e que continuarão a experimentar o frio do isolamento e da marginalização;
- Penso nos pais sozinhos a quem os filhos abandonaram e permitem que bebam as lágrimas dum amor não reconhecido;
- Penso nos casais separados que se deixaram enrolar em problemas não os ultrapassando com o diálogo e a ajuda fraterna de casais com mais experiência;
- Penso nos filhos que não saborearam a ternura dum amor oriundo dum pai e de uma mãe; e nos que sofreram a separação dos pais…
- Penso na violência doméstica que destrói a alegria de caminhar juntos;
- Penso na exploração infantil que marcará vidas e poderá colocar muitas crianças em situações de permanente debilidade;
- Penso nas jovens que partiram dos seus países enganadas e que são aproveitadas e atiradas para a margem duma vida sem sentido;
- Penso no pão que falta em muitas mesas, nos ordenados miseráveis que não permitem a festa da vida com o indispensável e necessário;
Sim, penso em todos quantos lhes é negado este “dom” duma Família harmoniosa, mas, sobretudo, peço às comunidades paroquiais que acordem para ver estas situações, discernindo compromissos que dêem dignidade e valor a todos as famílias e às famílias de todos.
O Primeiro Natal, no meio da pobreza, aconteceu em família. Não deixemos de oferecer a “gruta” que aconchega não só nos fugazes momentos duma noite mas sempre e coloquemos, também, Cristo para que tudo adquira sentido.
Nesta linguagem muito familiar, como Arcebispo, termino manifestando os meus votos para este Natal 2007.
- Que todas as família agradeçam e se consciencializem do “Dom” que a sua família é.
- Que cada membro se responsabilize pela “qualidade” desse mesmo “dom” através do muito ou pouco que deve oferecer.
- Que este tempo de Natal seja momento de diálogo para, com sinceridade e muito amor, verificar o que deve mudar e quem deve interpretar essa mudança para que a família seja verdadeiramente dom para todos.
- Que as paróquias assumam o “compromisso” de tornar todas as famílias experiência de dom, de modo que todos os residentes na comunidade possam usufruir da graça duma família.
É este Natal que desejo a todos.
13-12-07
† D. Jorge Ortiga, A.P
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