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Departamento Diocesano da Pastoral Familiar | 28 Mai 2005
Educar para a felicidade
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Gestos extremamente simples podem engendrar, por vezes, interessantes reflexões. Pensemos em educação e em valores. Retenhamos o problema da solidão afectiva que perpassa os nossos deprimidos e doentes ambientes familiares… Face a este cenário, enquanto pais, desencadeemos atitudes exequíveis que permitam, de forma espontânea e natural, aglutinar uma polifuncionalidade profícua no que toca à resolução desses problemas, descendo até ao nosso quotidiano e a hábitos ritualísticos que se estão, infelizmente, a perder, como o acto de contar histórias às crianças, povoando da cor da imaginação o momento que precede o salutar adormecer à noite. Efectivamente, se ponderarmos bem, este momento mágico que corresponde à leitura de uma breve narrativa a uma criança pode concentrar em si benéficos efeitos relativamente à aproximação do visado e da sua família (pais, avós, irmãos mais velhos,…), podendo inclusivamente a altura ser aproveitada para despoletar o diálogo, chamando se a atenção para uma eventual ilação moral da história, para o significado dos comportamentos das personagens e para o extrapolar dessas mesmas situações para o universo em que a criança se inscreve. Isto quer dizer que ler um texto não é um acto inocente. Desde a escolha criteriosa dos conteúdos e imagens dos livros até à entoação e polifonia prosódica com que se conta a história, envolvendo a criança na mesma, convidando a a recriá la, a terminar frases (exercício viável pelo facto de os pequeninos apreciarem a repetição dos mesmos textos) ou completar palavras (apenas por nós começadas), a interpretar imagens, a comentar a acção dos intervenientes de acordo com o que julga recto ou não, nenhum destes procedimentos deve ser descurado pelos educadores. É por este tipo de leitura de fruição que passam aspectos como o estreitamento de laços familiares e o desenvolvimento de aptidões de comunicação. No respeitante a este último aspecto, refiro me à aprendizagem linguística, mas também a implicações no campo da socialização, expressão de afectos, valorização do espaço familiar como autêntico lar de acolhimento e felicidade. Escusado será lembrar que o reconto da tradição oral, recriada e ajustada ao gosto infantil, permite reatar o fio da memória com as gerações precedentes. Um outro aspecto a não descurar é o facto de a relação da criança com o maravilhoso dos contos contribuir para que aquela cresça saudavelmente, ajudando-a a estabelecer os limites entre o imaginário e o real. Nesta abordagem da leitura como entretecer de vínculos familiares, não podemos obliterar a questão do genuíno prazer de estar em e com a família. A partilha de textos com os mais novos, designadamente através da leitura ou do reconto, é um espaço privilegiado de educação. Por conseguinte, fomentemos e implementemos, como pais responsavelmente conscientes, esse simples gesto de fruição para os pequenos, que se encantam ao percorrer, pela mão dos mais velhos, recônditas e inauditas constelações de criatividade. Para os mais crescidos, os contadores de histórias, pode ser uma oportunidade de rejuvenescer ao recuarem ao tempo de memórias aprazíveis de um tempo de infância casto e isento de medos, preocupações, stress, angústias e pressa. E, sobretudo, não desprezemos o pertinente postulado de que a educação para os valores e para a felicidade também passa pela cultura da reabilitação da leitura, antes da calorosa e ancestral formulação dos bons sonhos. Contrariamente ao que sucedeu com a caixa de Pandora, da abertura de um livro talvez possa sair a felicidade das famílias do presente e do nosso amanhã… Por isso, urge implementá la já! Helena Guimarães Departamento da Pastoral Familiar da Arquidiocese de Braga
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