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D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga | 29 Mai 2005
Intensificar a Cultura Vocacional
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Temos vindo a efectuar um trabalho sério – que nem todas as comunidades assumiram – duma vivência dos Sacramentos do Baptismo e da Confirmação. O itinerário catequético de 10 anos tem comprometido muita gente nesta procura. O resultado esperado deveria ser que ninguém entra ou viva na Igreja para ser um mero “consumidor” da salvação trazida por Jesus Cristo. Esta é um dom. Importa, porém, assumir a responsabilidade de cooperar e comprometer-se para que os seus efeitos cheguem a todas as pessoas. Na verdade, os Sacramentos do Baptismo e da Confirmação comunicam aos fieis uma real participação na consagração e missão de Cristo dando, a quem aceita ser baptizado ou confirmado, um novo estatuto. Aqui Maria serve-nos de modelo. Ela manifesta-se como a consagrada a Deus para tornar o mundo de Deus. Também os baptizados são pessoas “consagradas” ou seja, santificadas pela unção do Espírito Santo. Por isso, tornam-se, também, “instrumentos vivos” de Cristo como membros trabalhadores no Seu Corpo que é a Igreja onde prosseguem a função sacerdotal, profética e real de Cristo, sentindo-se enviados como testemunhas da sua mensagem de Salvação. Se todos somos “consagrados”, todos somos responsáveis pela missão. Nesta responsabilidade comum, ela não acontece do mesmo modo. Existe uma radical unidade na responsabilidade, anterior a qualquer distinção de “forma de vida” ou de funções dentro da Igreja. Mas a indivisível missão é vivida e interpretada com “modalidades”, “estilos” diferentes de acordo com a vocação e carismas que o Espírito Santo outorga a cada um. Deus chama todos os homens num chamamento fundamental e comum que é simultaneamente vocação à comunhão com Deus e com os outros e vocação à missão ou ministerialidade diferenciada. Este chamamento tem no baptismo a sua origem, na confirmação a consolidação e na Eucaristia o alimento para viver, na fé e na graça, esta responsabilidade. Todos são chamados a servir mas não do mesmo modo e com as mesmas funções. Alguns como leigos – solteiros, casados ou viúvos – devem estar presentes nas realidades temporais e exercitar actividades ou ministérios específicos na Igreja, como seja, a catequese; a assistência aos pobres, doentes ou idosos; a animação de grupos ou movimentos apostólicos. Outros, como ministros ordenados no exercício das funções específicas como bispos, presbíteros ou diáconos. Outros, ainda, na vida de especial consagração religiosa ou laical numa articulação de variados serviços. É esta mentalidade duma comum “vocação” com “vocações” específicas dentro da Igreja para a edificação do Reino no mundo, que colocamos como objectivo fundamental deste Ano Vocacional. A isto chamamos “cultura vocacional” que teremos de promover duma maneira permanente. O Ano Vocacional não pode ser, só e apenas, um tempo com algumas iniciativas de índole vocacional. Elas são necessárias desde que conduzam a suscitar e vivenciar esta mentalidade nova. Não somos cristãos para consumir graças e cumprir alguns preceitos. A nossa dignidade tem outras implicações. Neste mundo dominado pelo aproveitamento do momento presente, com medo de compromissos que valham para a vida, as diferentes comunidades paroquiais tem o dever e a obrigação de propor uma alternativa para a verdadeira felicidade humana. Encontramo-nos num tempo de concorrência de propostas de fácil interpretação: viver o agora deixando-se conduzir pelos sentimentos mais ou menos emotivos, é programa que se está a impor. Também aqui a Igreja deverá ser capaz de criar mentalidade que alicerce a vida noutros valores e intuitos. Será mais complicado e os frutos poderão parecer escassos. Seremos fieis a Deus, se criarmos razões para a vida. Por isso, junto de Nossa Senhora, a mulher que assumiu a vocação e chamamento para servir, gostaria de pedir aos agentes de pastoral, sacerdotes e leigos que imprimam à pastoral este dinamismo vocacional. Torna-se mais fácil fazer alguma coisa para estar em sintonia com o Programa Pastoral. O Programa, este ou outro, não pode reduzir-se a actividades. Urge apostar no mais difícil e criar uma mentalidade nova na consciência de que não trabalhamos para o imediato. Foram séculos e séculos onde colocamos o acento na sacramentalização oferecida pelos sacerdotes. Mudar a maneira de pensar exige muita concentração de energias e coragem para mudar hábitos. Quem dera que as nossas comunidades quisessem pensar o essencial da vida cristã: como seria maravilhoso que as nossas celebrações sacramentais fossem graças compreendidas na alegria duma fé comprometida e em compromisso. Creio que o Espírito Santo continua a dizer à nossa Igreja Diocesana que não poderemos continuar na mera manutenção. Não podemos desconhecer o nosso contexto social. Somos homens e mulheres onde a fé ainda não atingiu as opções. Peço à Senhora da Saúde que nos ajude a suscitar esta cultura vocacional. Com mentalidades novas teremos vocações de especial consagração no futuro. Para isso teremos de ter coragem para mudar muita coisa. Não nos deixemos possuir pelo medo das exigências. Apostemos nesta mentalização. As vocações nascerão a seu tempo. As Eucaristias, verdadeiramente vividas, serão a nossa força. Laúndos 29/05/2005 D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga, Arcebispo Primaz
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