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Departamento Arquidiocesano da Pastoral Familiar | 22 Jun 2006
Conclusões da IV Jornada Diocesana de Pastoral Familiar
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"A Família e os Valores" Na primeira intervenção da tarde, sobre a ACTUALIZAÇÃO DOS VALORES CRISTÃOS NA FAMÍLIA, da responsabilidade do Dr. Vasco Pinto de Magalhães, sublinhamos um importante estandarte conceptual: a família como valor inquestionável. Por família, entende o orador o espelho da trindade, família fecunda por definição, fecundidade resultante da diferença identitária. O sacerdote jesuíta desdobrou uma definição de família como um organismo permanentemente actualizável. Erigiu a sobre a interacção de vivências, espiritualidade, princípios, normas e crenças que brotam desse agregado intrinsecamente deficitário, incessantemente em construção, comunidade em que os valores são seus constitutivos, em que os valores acontecem se forem efectivamente vividos. O professor de Teologia no ISET, em Coimbra, ressaltou cinco valores constitutivos da família: • A liberdade de, através da qual cada um se identifica na sua diferença, em que vive de uma forma criativa e criadora; • A solidariedade, que significa tornar se solidário, que passa pela nossa capacidade de nos descentrarmos, numa aprendizagem da gratuidade; • O diálogo, que tem que ver com a capacidade de lidar com a diferença, com a estruturação do afecto, com a fidelidade, com a não desistência do outro; • A integração afectiva, ou seja, aprender a lidar com os sentimentos; • O valor da transcendência, que implica que só sou eu na medida em que saio de mim e que sair de mim faz me ser quem sou, isto é, um ser religioso, de ligação, pautado por finalidades, pelo sentido do sagrado e do supremo que me personaliza. A segunda intervenção da Jornada, a propósito d’OS VALORES NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NOS MICROCOSMOS FAMILIARES, foi protagonizada por um casal, a Dra. Conceição e o Dr José Maia, do Movimento Famílias Novas, e revestiu se, sobretudo, de um pertinente cunho testemunhal. O referido casal explorou a actualização da constelação semântica do amor cristão em família, nas nossas famílias, com indicações práticas sobre como podemos, nas nossas relações interpessoais — sem as quais não há família — sermos testemunhos dos valores enunciados pelo conferencista anterior. Enfatizaram a pedagogia dos valores e ilustraram na com gestos concretos, aparentemente pequenos na sua grandiosidade inequívoca. Sublinharam ainda o valor base do educador que, com perdão, tolerância, diálogo e tempo, faz desabrochar o que há de melhor em cada um dos membros da família, fazendo emergir o que existe de mais rico no interior de cada um dos respectivos educandos. Educar para o difícil, para o diálogo, sempre com amor, este é o nosso arrojado desafio enquanto pais e educadores. Da temática amplamente tratada na jornada formativa em questão, podemos, com legitimidade, inferir que o papel da família enquanto lugar de fecundação dos valores é de uma importância crucial. É sobretudo um desafio à família humana actual, que, estando ainda em construção, às voltas com as suas contradições, fragilidades, aspirações e esperanças, precisa desses mesmos valores para se entender a si mesma e se estruturar, para crescer solidamente resolvendo as suas crises com sucesso, assentando os seus alicerces na felicidade conjunta e de cada um dos seus elementos que a configuram, corajosamente, numa fé que os une, hoje e sempre. Helena Guimarães Departamento Arquidiocesano da Pastoral Familiar de Braga
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