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7 Ago 2017
Os crimes das revistas de mexericos
Mas o que é admirável, num tempo que fomenta a devassa, em que são escassos os que se preocupam com a reserva da vida privada (algo, aliás, que muitos nem sequer supõem que possa existir e outros crêem ser uma extravagância anacrónica) e em que, além disso, parecem carecer de valor os que não se promovem através das redes sociais e de quaisquer meios ao dispor, é haver quem considere a privacidade um valor por que vale a pena combater.
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por Eduardo Jorge Madureira Lopes

 

O Verão traz diferente clientela aos quiosques de jornais e revistas. É por isso que, de norte a sul, os escaparates se apresentam com títulos novos durante estes dias estivais. Pode faltar tudo o resto, mas não hão-de agora escassear as revistas estrangeiras de coscuvilhices. Como durante o resto do ano, será impossível encontrar a excelente Claves de Razón Práctica, uma revista espanhola que se apresenta como sendo – e é – “de pensamento crítico e agitação cultural, um espaço para a reflexão”, mas nunca falhará a famosíssima Hola. E, bem vistas as coisas, para quê ler considerações sobre teatro, tema em destaque no mais recente número da revista dirigida pelo filósofo Fernando Savater, se, em cada página da Hola, se nos oferece uma comédia ou um drama, encenados no palco da frivolidade.

Em língua francesa, como nos outros meses, ninguém encontrará, por exemplo, a revista semanal La Vie ou a quinzenal Society, mas todos facilmente acharão qualquer uma das várias revistas de bisbilhotice. Muitas apenas aparecem por esta altura. Como a todas as localidades acorrerá gente chegada de França, supõe-se que será necessário providenciar para que nada falte aos que não dispensam a onzenice sobre os protagonistas do show-business. A lista de revistas que se lhes oferece é extensa e engloba publicações antigas, como a Paris Match, (1949), e mais ou menos recentes, como a Voici (1987), a Public (2003) e a Closer (2005), para apenas referir alguns dos títulos mais vendidos.

Jenifer. Graças a Ambrósio, ela revive”, destacava a Voici, no final de Julho. Nada será estranho nesse título. A informação sobre a rapariga, que os franceses, ou muitos deles, provavelmente conhecerão, salva por um rapaz, que os franceses, ou muitos deles, também presumivelmente saberão quem é, não difere da que surge nas capas de outras revistas, incluindo as portuguesas.

Uma rapariga que é feliz à custa de um rapaz ou uma rapariga que por causa dele sofreu são tópicos das revistas de coscuvilhices. Uma especificidade francesa surge, todavia, em toda a parte inferior da capa dessa Voici. Sobre um fundo branco, um título e um texto. “Publicação judicial a pedido de Vanessa Paradis”, diz o título. O texto que se segue tem poucas linhas e pode ser lido à distância: “Por decisão de 11 de Julho de 2017, o tribunal de grande instância de Nanterre condenou sumariamente a sociedade Prisma Média por ter publicado no n.º 1516 da revista Voici um artigo atentatório do direito à vida privada e do direito à imagem de Vanessa Paradis.”

Quem se detiver, com alguma regularidade, a observar as capas destas publicações, ficará muito rapidamente surpreendido ao constatar que estas inserções judiciais são banais. De tal modo, que tenderá a julgar que, pelo menos em França, cada revista de mexericos é editada à custa de um crime. De um ou de vários. Na capa de um número anterior da Voici, uma “Publicação judicial a pedido de Sophie Marceau” informava que, por decisão de 15 de Março passado, o mesmo tribunal de Nanterre tinha condenado os donos da revista por terem publicado também no n.º 1516 um artigo atentatório do direito à vida privada e do direito à imagem da actriz Sophie Marceau.

Um número, dois crimes. Pelo menos. A quantidade de condenações judiciais da Closer, da Public e da Voici é espantosa e não menos impressionante é este género de publicações beneficiar da acção cúmplice dos leitores.

Mas o que é admirável, num tempo que fomenta a devassa, em que são escassos os que se preocupam com a reserva da vida privada (algo, aliás, que muitos nem sequer supõem que possa existir e outros crêem ser uma extravagância anacrónica) e em que, além disso, parecem carecer de valor os que não se promovem através das redes sociais e de quaisquer meios ao dispor, é haver quem considere a privacidade um valor por que vale a pena combater.


Fonte: Diário do Minho, 06-08-2017, p. 2

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