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Braga, Sé Catedral, 20.nov.2022, 11h30| 22 Nov 2022
Celebrando o Mistério Pascal
Homilia na Solenidade de Cristo Rei
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  © DM

1. O Ressuscitado sempre ferido

O gesto grande da memória viva que comemora os 450 anos da fundação do nosso Seminário Maior Conciliar torna presente ao coração ardente da amada Arquidiocese de Braga o desafio do amor fiel. A fidelidade, sendo o amor que vence o tempo, também é capaz de o transformar com o discernimento «na aventura da busca do encontro e do deixar-se procurar e encontrar por Deus» (Papa Francisco).

Em Jesus Cristo podemos erguer os olhos e ver, agora e amanhã, ao longe e ao largo!

A solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, celebra a realeza ou senhoria de verdade e de vida, de santidade e de graça, de justiça, de amor e de paz que está já presente entre nós, mas ainda não em plenitude. Este é o fim do fim ou o início do início?

Parece deveras excêntrico celebrar a realeza de um rei e senhor num trono como a cruz! Todavia, é na cruz que o nosso Senhor Jesus Cristo salva: «lembra-te de mim, quando vieres com a tua realeza». Ele, o crucificado benfeitor dá a salvação ao crucificado malfeitor sem nome: «em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».

Na realidade predominante, «O crucifixo está a desaparecer das nossas casas e instituições, mas os crucificados continuam aí. Podemos vê-los todos os dias em qualquer noticiário de televisão. Devemos aprender a venerar o Crucificado não num pequeno crucifixo, mas nas vítimas inocentes da fome e da guerra, nas mulheres assassinadas por seus companheiros, nos que se afogam quando os seus barcos afundam» (J. Pagola).

 

2. Subir à árvore da Cruz

Diz sabiamente Santa Catarina de Sena: «Como somos pequenos e de coração fechado, temos de subir à árvore da cruz». E também acrescentou o jovem Daniel Faria: «a árvore foi a forma de te ver/e desci para abrir a casa. (...) Para me encontrares me deste/a pequenez».

O mistério inteiro da cruz pascal provoca-nos, delicada e firmemente, a hospedar com os olhos e acolher com os olhos do coração. Na bela representação da Anunciação na capela do tempo propedêutico do Seminário conciliar vemos a Boa Nova do olhar do Anjo, cuja luz lhe sai dos olhos, peregrinando para o coração ardente da Virgem Santa Maria, a jovem cheia de Graça. 

 

3. A Cruz e os Jovens

A árvore da Cruz é o sinal eloquente da peregrinação, qual festa da fé, –  a Jornada Mundial da Juventude!

Por escolha do Papa Francisco, o último domingo do Ano Litúrgico passou a ser o dia mundial da Juventude. O Papa sonha muito alto e convida-nos a sonhar ainda mais alto: «Sonho, queridos jovens, que na JMJ possais experimentar novamente a alegria do encontro com Deus e com os irmãos e as irmãs. Depois dum prolongado período de distanciamento e separação, em Lisboa – com a ajuda de Deus – reencontraremos juntos a alegria do abraço fraterno entre os povos e entre as gerações, o abraço da reconciliação e da paz, o abraço duma nova fraternidade missionária! Que o Espírito Santo acenda nos vossos corações o desejo de vos levantardes e a alegria de caminhardes todos juntos, em estilo sinodal, abandonando falsas fronteiras. O tempo de nos levantarmos é agora. Levantemo-nos apressadamente! E, como Maria, levemos Jesus dentro de nós, para O comunicar a todos. Neste belíssimo momento da vossa vida, avançai, não adieis o que o Espírito pode realizar em vós!».

A propósito pergunta: «Quais são as “pressas” que vos movem, queridos jovens? O que é que vos faz sentir de tal maneira a premência de vos moverdes que não conseguis ficar parados? Há muitos que, impressionados por realidades como a pandemia, a guerra, a migração forçada, a pobreza, a violência, as calamidades climáticas, se interrogam: Porque é que me acontece isto? Porquê precisamente a mim? Porquê agora? Mas a pergunta central da nossa existência é esta: Para quem sou eu? A pressa da jovem mulher de Nazaré é a pressa típica daqueles que receberam dons extraordinários do Senhor e não podem deixar de partilhar, de fazer transbordar a graça imensa que experimentaram. É a pressa de quem sabe colocar as necessidades do outro acima das próprias. Maria é exemplo de jovem que não perde tempo a mendigar a atenção ou a aprovação dos outros – como acontece quando dependemos daquele “gosto” nas redes sociais –, mas move-se para procurar a conexão mais genuína, aquela que provem do encontro, da partilha, do amor e do serviço».

Enfim, «E há oportunidades que, por não se repetirem, não se podem perder!» (grupo sinodal Braga-Guimarães).

 

 † José Cordeiro, Arcebispo Primaz

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