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DACS | 1 Set 2022
Próximos e sensíveis: o pedido de Francisco aos cardeais no consistório
O Papa falou aos cardeais do “fogo” que Jesus “trouxe à Terra” e do que arde lentamente no dia-a-dia.
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  © AP Photo/Andrew Medichini

O Papa Francisco deixou vários pedidos no consistório de sábado, 27 de Agosto, no qual foram criados 20 novos cardeais, 16 dos quais eleitores no próximo Conclave. Entre proximidade, sensibilidade e atenção às vidas dos que os rodeiam, o Santo Padre lembrou ainda que Jesus pergunta a cada um “posso contar contigo?”.

Para Francisco, a atenção aos eventos grandes e pequenos da vida é o que permite às pessoas “saborear a presença de Jesus vivo no nosso meio”. “Para nós, que na Igreja fomos escolhidos entre as pessoas para um ministério de serviço particular, é como se Jesus nos estivesse a entregar uma tocha acesa e a dizer-nos ‘toma; como o Pai me enviou, eu te envio agora’”. E é assim que Deus concede aos responsáveis da Igreja, como os cardeais, “a sua coragem apostólica e o seu zelo pela salvação de todos os seres humanos, sem excepção”.

O Papa falou aos cardeais do “fogo” que Jesus “trouxe à Terra, um fogo que o Espírito Santo acende nos corações, mãos e pés de todos os que o seguem.” O próprio Deus, diz Francisco, é uma “chama potente” que “purifica, regenera e transfigura todas as coisas”. Mas há também um fogo que arde lentamente, o do “carvão”, que torna a presença de Deus quente e nutritiva para a vida diária.

Esse “fogo” que vem da “presença” foi experienciado e partilhado por São Charles de Foucauld, um pobre eremita que Francisco declarou santo no início deste ano. Ele viveu durante anos num ambiente não-cristão, “na solidão do deserto”, apostando tudo na presença: “a presença do Jesus vivo, na palavra e na Eucaristia, e a sua própria presença, fraterna, amigável e caridosa,” explicou o Papa.

O líder da Igreja Católica deu vários exemplos desse fogo de carvão que está presente nas coisas “pequenas”, como os consagrados que vivem no fogo “silencioso e duradouro do seu trabalho, em relações interpessoais, em pequenos actos de fraternidade”, tal como o “modesto ministério de um padre de paróquia, os casais católicos casados e as suas orações ‘caseiras’, e os mais velhos, que representam ‘a lareira da memória, tanto na família como na vida da comunidade’”.

“O que diz este fogo bi-facetado de Jesus de uma maneira especial a mim e a vocês”, perguntou Francisco aos cardeais, antes de dizer que os lembra que “um homem de zelo apostólico é impelido pelo fogo do Espírito para estar preocupado, corajosamente, com coisas grandes e pequenas”.

O Papa disse aos novos cardeais, que receberam o solidéu vermelho, assim como à maioria dos membros do Colégio dos Cardeais presentes em Roma para a cerimónia, que um cardeal ama a Igreja, “quer lide com grandes questões ou lide com problemas quotidianos, com os poderosos deste mundo ou com as pessoas normais, que são grandes aos olhos de Deus”.

Dois cardeais já falecidos, o italiano Agostino Casaroli e o vietnamita Nguyễn Văn Thuận, foram dados por Francisco como exemplo. Casaroli foi secretário de Estado do Vaticano no pontificado de João Paulo II, e a mais importante figura das relações da Igreja Católica com o bloco soviético, e também visitava jovens reclusos numa prisão juvenil em Roma. Văn Thuận, definido por Francisco como alguém que era conduzido “pelo fogo do seu amor por Cristo para cuidar da alma dos guardas prisionais que o vigiavam à porta da sua cela”, esteve preso 13 anos, nove dos quais em regime solitário.

Francisco nomeou quatro cardeais de países que nunca tinham tido um antes: Paraguai, Mongólia, Singapura e Timor Leste, o segundo país com mais católicos na Ásia. Leonardo Ulrich, de Manaus, no Brasil, também é o primeiro cardeal da região da Amazónia.

Giorgio Marengo, missionário italiano de 48 anos que serviu como admnistrador da Igreja Católica na Mongólia – onde há cerca de 1.500 católicos –, é o mais jovem dos cardeais criados em 2022. Quando um terço dos novos cardeais é oriundo da Ásia, o que faz o continente atingir os 20 eleitores num hipotético Conclave e chegar a terceiro continente mais representado, atrás da Europa, que tem 53 cardeais eleitores, e da América, que tem 39, mas à frente de África, que conta com 17.

Este foi o oitavo consistório de Francisco, que criou 83 dos 132 cardeais que participariam num Conclave que acontecesse hoje. Entre os membros do Colégio de Cardeais que o elegeram em 2013, havia 10 asiáticos, que representaram 8% do Colégio, enquanto hoje são 21.

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