D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga, A.P. e Bispos Auxiliares
\n1 – Os meses de Verão são, no contexto da vida e da cultura portuguesas e da nossa realidade diocesana, tempo de férias. Tempo esperado, programado e necessário para refazer energias gastas por um ano de trabalho e para encontrar o descanso e o repouso que restabeleça o equilíbrio e a harmonia de uma vida tantas vezes repartida, agitada e dispersa.
As férias assumem-se, hoje, como um direito cada vez mais ao alcance de um maior número de pessoas.
Queremos defender e promover este direito para que possa ser um direito de todos, sem nunca esquecermos aqueles a quem a actual situação económico-financeira não garante trabalho e faz, de modo crescente e preocupante, perder o emprego e esvaziar o direito a férias.
Desejamos oferecer às pessoas que as usufruem um olhar crente, uma leitura cristã e uma perspectiva solidária para o seu aproveitamento.
2 – As férias permitem-nos ter tempo, ter mais tempo físico e psicológico, para nós, para a família e para os outros. Abrem-nos caminhos para uma descoberta diferente e mais bela da natureza, para um diálogo mais atento com os outros e uma escuta mais demorada, silenciosa e serena de Deus.
As férias são, também, com frequência, âncora onde se alicerça a coragem de questionar os padrões de vida por que nos pautamos e que a agitação e a rotina do quotidiano dificilmente permitem fazer ao longo do ano.
3 - Férias e trabalho são duas faces da mesma moeda. Viver as férias implica que saibamos retemperar energias para o trabalho em todas as suas dimensões. Mas viver as férias impõe, também, que saibamos partilhar o drama de quem não tem trabalho.
A procura do primeiro emprego é cada vez mais difícil e a perda de emprego é cada vez maior na nossa região, onde a falência de algumas empresas e a deslocalização de outras nos aflige e inquieta.
Estamos com quantos vivem estas situações, acreditando que, em conjunto, com ousadia, determinação e perseverança, possuiremos capacidade para inovar e criar oportunidades de desenvolvimento sustentado e de empregos estáveis.
4 – Este é o tempo útil para louvarmos os esforços realizados e para pedirmos a governantes, políticos, empresários e trabalhadores um esforço único, concertado e solidário para encontrar na convergência de objectivos as estratégias que procurem o melhor para cada um e devolvam a justiça e o trabalho para todos e sempre.
A solidariedade e a caridade cristãs, sempre inventivas e proféticas, reclamam de todos nós uma atenção particular na ajuda que não humilhe e na procura de novos campos de trabalho. Que cada Paróquia cuide, com particular desvelo, dos que vivem a provação do desemprego que envolve tantas vezes famílias inteiras.
5 – Acreditamos que o futuro da sociedade passa pela família. Com sentido de responsabilidade queremos colocar as comunidades e a Arquidiocese numa atitude de pensar a família, também, nesta direcção, construindo espaços de diálogo, fraternidade, colaboração e entre-ajuda. Muitos dos problemas hodiernos nascem dum contexto socio-cultural e dum ambiente familiar onde as pessoas perdem o entusiasmo da primeira hora, a harmonia e a qualidade de vida. A solução como resposta às causas que os provocam depende de uma Pastoral Familiar que não se limita à celebração do matrimónio mas perspectiva acções concretas. É neste sentido que nada nos é estranho, não queremos fechar-nos a nenhum problema e nos lançamos num plano da pastoral familiar para o triénio 2005-2008.
6 – Por fim, deixamos um apelo aos nossos Santuários diocesanos mais visitados e procurados em tempo de férias. Que eles, pelo seu acolhimento, dinâmica e programação pastoral, sejam, cada vez mais, lugares de descoberta e de encontro com Deus e oportunidade de evangelização, de formação cristã, de vivência espiritual, vocacional e eucarística.
Braga, 13/07/2005.
D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga,
Arcebispo Primaz
D. Antonino Eugénio Fernandes Dias
D. António Francisco dos Santos,
Bispos Auxiliares
Partilhar
503 Service Unavailable
Service Unavailable
The server is temporarily unable to service your
request due to maintenance downtime or capacity
problems. Please try again later.
Additionally, a 503 Service Unavailable
error was encountered while trying to use an ErrorDocument to handle the request.
Partilhar