Arquidiocese de Braga -

11 maio 2009

Ano Sacerdotal: Proposta ao Conselho Presbiteral

Default Image
Fotografia

D. Jorge Ortiga

\n

O Santo padre determinou que a Igreja iria comemorar os 150 anos do nascimento do Santo Cura d’Ars através da vivência dum “Ano Sacerdotal”. Temos muitas maneiras de o fazer.
Penso que devemos continuar o Plano pastoral de “Tomar conta da palavra para que ela tome conta de nós”. Naquilo que foi reflectido e decidido nas diversas instâncias colegiais, o ano pastoral de 2009-2010 concretizar-se-á no programa Pastoral de “acolher a palavra” e seguindo itinerários que nos serão propostos.
Quando pensamos nos sacerdotes, caímos, com relativa facilidade, na tentação do imediato, ou seja, reconhecer que somos padres para um ministério a desempenhar. Gostaria, porém, que este ano concentrasse cada um dos sacerdotes na tarefa de se questionar sobre o modo como está a viver este dom. Poderemos delinear algumas actividades que envolvam a Igreja Diocesana como Povo de Deus, ou seja, sacerdotes, religiosas/religiosos e leigos. Não é esta a minha intenção primordial. É fundamental mergulhar, para reavivar, no dom recebido e fazê-lo pessoalmente e em presbitério. Juntos saberemos questionar e encontraremos a alegria de ser padres hoje – com todas as perplexidades de um mundo post-cristão – e na Arquidiocese de Braga – com todas as limitações num realismo de ser o que somos e apostar em melhorar.
Sendo um trabalho de cada um, os Bispos poderão ser uma ajuda. Se o Conselho Presbiteral achar oportuno, não teríamos Visitas Pastorais e organizaríamos um calendário de visitas aos sacerdotes, por aciprestados, para, numa manhã ou tarde, conversar e rezar juntos com cada um. Conversar sobre a vida pessoal, com todas as suas implicações – nomeadamente saúde e situação económica -, e ministério pastoral com as dificuldades que pode estar a proporcionar e ajudas que poderemos oferecer. Aqui, sempre se o Conselho Presbiteral achar oportuno, num espírito de muita amizade e compreensão, poderiamos rever as diversas obrigações que o ministério implica (livros e arquivo, relação com os Serviços Centrais, obrigações de missas binadas e pluri-intencionais, celebrações do sacramento da reconciliação, etc).
O acento seria colocado na vivência pessoal do sacerdócio numa vida de discípulo e apóstolo. As alíneas que parecem burocracia entrariam como parte integrante dum ministério encarado como responsabilidade eclesial.
Procuraríamos organizar algumas Assembleias, a nível mais local ou diocesano, sempre nesta perspectiva de confronto com o ser sacerdote, aqui e hoje. Alguns aspectos da vida sacerdotal poderiam ser abordados e reforçados no compromisso de os viver num estilo novo, alegre.
Alguns momentos teriam um significado particular. Lembro a Quinta-feira Santa e as Ordenações.
Poder-se-ia dar ao Seminário uma preferência em relação a outros lugares. O Seminário a ser visitado, agradecido e, particularmente, a suscitar um dinamismo vocacional que todos devem assumir.
Sugiro uma Assembleia Sacerdotal no dia 10 de Junho de 2010 que poderia ter um programa com quatro momentos:
1 – Apresentação dos Santos ou Beatos da Arquidiocese através de alguns dos seus escritos e como confirmação da possibilidade e obrigatoriedade da Santidade (S. Martinho de Dume, S. Furtuoso, S. Geraldo, Beato Bartolomeu, P. Abílio, Fr. Bernardo de Vasconcelos, D. António Barroso, Beato Alexandrina…)
2 – Partilha por parte de quem pretender apresentar algum aspecto da vida sacerdotal ou da Arquidiocese como apoio à vida sacerdotal. Escritos, três minutos. Daqui poderia sair uma publicação.
3 – Almoço de Convívio
4 – Tarde Cultural com apresentação de músicas, poesias e outras experiências onde os sacerdotes de Braga se notabilizaram (Cón. Manuel Faria, Dr. Joaquim Santos, Mons. José Fernandes da Silva, P. Borda, P. Olário, P. Benjamim Salgado, P. Henrique Faria…).
Não havendo Visitas Pastorais, reservaríamos o mês de Junho e Julho para os Crismas e Peregrinações.
Toda esta “mobilização” permanente para um novo ardor e encanto sacerdotal deveria orientar-se para a criação de “estruturas” que, na Pastoral Arquidiocesana, permitam, no futuro, a vivência dum sacerdócio alegre.
São algumas ideias. Outras poderão e deverão surgir, nunca esquecendo que continuamos empenhados em dar centralidade e o primado à Palavra. Olhando para nós, estaremos a encontrar o modo mais adequado de servir o Povo de Deus e de continuar a história da Arquidiocese. Não basta orgulhar-se do passado. O futuro espera muito daquilo que somos agora.

Conselho Presbiteral
Braga, 11-05-2009
† Jorge Ortiga, A. P.