O coração da nossa fé é confirmado com insistência neste Décimo Terceiro Domingo (Ano B): «Deus criou o homem para ser incorruptível e fê-lo à imagem da sua própria natureza». Afirmação forte e bela, que é preciso repetir hoje, com sabedoria, para expressar a nossa fé e testemunhar a alegria do Evangelho. «Cantai salmos ao Senhor, vós os seus fiéis, e dai graças ao seu nome santo»! Deus é festa. Deus é vida. Deus é salvação. Deus é alegria. Aliás, Jesus Cristo, na sua generosidade, «fez-Se pobre por vossa causa, para vos enriquecer pela sua pobreza». Ele reconhece o desejo e acolhe o pedido de algo mais que habita em cada pessoa. Várias vezes ofereceu sinais de vida. Livrou-nos da morte para nos dar a vida. E dizia: «não temas; basta que tenhas fé».

A fé ‘toca’ com seriedade os pedidos e os desejos de cada ser humano. Não se pode reduzir a uma doutrina, mais ou menos abstrata. Nem tampouco a um conjunto de práticas rituais e exteriores à vida. A fé é um ‘basta’, garante-nos Jesus Cristo. Traduz-se em suavidade de coração que espera algo de novo da parte de Deus. Damos a Jesus Cristo o direito de entrar na nossa vida. Deixamos de ser espectadores, alguém que olha de fora, talvez à espera de respostas e de explicações. A fé faz-nos atores, põe-nos dentro do jogo com as nossas fragilidades, implica-nos no encontro, possibilita outras leituras, ainda que sempre inacabadas. Desenvolve-se então o processo que nos toca por dentro, liberta do medo, toma pela mão e nos deixa maravilhados.