XXVII DOMINGO COMUM, ANO C

Há impaciência no ar! O profeta, perante o aparente silêncio de Deus, é porta-voz dum pedido: «Até quando, Senhor, chamarei por Vós e não me ouvis? Até quando clamarei contra a violência e não me enviais a salvação?». Os Apóstolos, abalados pelas exigências apresentadas por Jesus Cristo, suplicam-lhe: «Aumenta a nossa fé». Acolhamos as interpelações deste Vigésimo Sétimo Domingo (Ano C): «Não fecheis os vossos corações», escutai a palavra de Deus. Reanima o dom de Deus que recebemos no batismo. «Guarda a boa doutrina que nos confiada, com o auxílio do Espírito Santo, que habita em nós». E aceitemos ser questionados sobre a vivência da nossa fé. Porque não é preciso ‘aumentar’ a fé. O essencial está numa fé viva e ativa.

A fé não tem uma métrica de quantidade. A fé exprime-se através da qualidade da nossa vida, do modo como encaramos as diversas circunstâncias quotidianas. Consiste numa disposição vital de abertura à presença divina, de modo a deixar-se surpreender por Deus. Tal ação de Deus em nós resulta num testemunho feliz, num estar de bem com a vida, qualquer que seja o momento que atravessamos. Nesta série, vamos conhecer «gente feliz com fé». Gente que não se resigna perante as injustiças e as desigualdades. Gente que se dedica a melhorar a vida dos outros. Gente que encara a vida e olha para o mundo à luz da fé, sem vergonha de se assumir amigo de Deus. Gente como o chef Kiko Martins: «a fé é a única gasolina da minha vida».