SEXTO DOMINGO, ANO B

A palavra de Deus dá-nos como modelo de fé um leproso, um excluído da comunidade: «Se quiseres, podes curar-me». A lepra causava confinamento obrigatório e distanciamento social. O leproso era rejeitado pela comunidade: «deverá morar à parte, fora do acampamento».

O encontro pessoal com Jesus Cristo abre à possibilidade da libertação de tudo o que oprime e faz sofrer o ser humano: «Quero: fica limpo». Do mesmo modo, quando reconheces a necessidade de curar o teu coração, és inundado pela alegria do perdão: «Vou confessar ao Senhor a minha falta e logo me perdoastes a culpa do pecado».

A palavra divina enaltece a confiança e desperta a nossa fé. Perdoado, não dês escândalo, não busques o próprio interesse; dispõe-te a fazer «tudo para glória de Deus».

O episódio deste domingo lembra-me o início do poema de Fernando Pessoa: «Deus quer, o homem sonha, a obra nasce». A Quaresma, que aí vem, desafia-nos a ‘sonhar’ o querer de Deus, para que se realize a sua obra.

A História da Salvação mostra que Deus se implica connosco, «Deus é vida que move a vida, que faz novas todas as coisas, que abre horizontes de futuro, que volta a levantar o que está caído, que volta a pôr em movimento a existência, que não condena mas faz recomeçar, dando sempre novas oportunidades» (Paolo Scquizzato).

Caminhemos nesta Quaresma à luz da Aliança estabelecida e renovada por Deus, ao longo dos tempos, até aos nossos dias, até à nossa vida.

https://vimeo.com/511727429