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DACS | 10 Nov 2021
Cardeal espanhol adverte contra o retirar Deus da “história da humanidade”
Podemos escolher acreditar em Deus ou não, disse o cardeal arcebispo de Madrid na terça-feira, mas não é lícito tentar retirá-Lo da história.
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  © CNS/Hanna Grabowska

O cardeal Carlos Osoro presidiu às celebrações da festa de Nossa Senhora de Almudena, padroeira de Madrid. No ano passado, a grande festa foi cancelada devido à pandemia de COVID-19, mas como a capital espanhola lentamente voltou ao normal, a procissão e a missa pública voltaram.

Na sua homilia, o prelado disse que depois de experimentar a “vulnerabilidade”, a sociedade será, esperançosamente, capaz de “construir a cultura do cuidado” e “colocar Deus no centro da vida e da história”. Foi aqui que o Cardeal disse que “se pode acreditar ou não em Deus, mas não é lícito promover que Ele seja retirado da história dos homens”.

Osoro também apelou a todos os cristãos madrilenos para que anunciem a Boa Nova e não caiam na tentação do isolamento, ou de apenas travarem amizade com quem pensa de igual modo, “ficando paralisado” por quem pensa de forma diferente.

“No último ano e meio, descobrimo-nos frágeis e cheios de medos; a nossa vulnerabilidade tem suscitado dúvidas e perplexidades, e as fissuras no nosso estilo de vida e na forma como as nossas sociedades estão organizadas vieram à tona. Quando demos por nós imersos numa crise de saúde, económica e social, agravada por outros problemas, como problemas ambientais e alimentares, o lembrete do Papa na Fratelli Tutti, de que «ninguém pode ser salvo sozinho» ressoou alto e bom som”, afirmou Osoro.

Concelebraram a missa o arcebispo emérito de Madrid, cardeal Antonio María Rouco Varela, o representante papal no país, o arcebispo Bernardito Auza, e os bispos auxiliares de Madrid.

No final da cerimónia, o presidente de Madrid, José Luis Martínez-Almeida, católico praticante, renovou o tradicional voto da Villa à Virgem.

“Peço que aqueles de nós que têm a responsabilidade de governar – e a mim acima de tudo – sejam lembrados todos os dias do conselho do vosso Filho: «Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos»”, afirmou o responsável, mantendo uma tradição que começou em 1646.

“Não largou a nossa mão durante o calvário [da pandemia]”, disse, pedindo orientações à Virgem para construir “um futuro de unidade, prosperidade e justiça social”.

Durante as suas palavras, rezou também à Virgem pelos mais vulneráveis ​​para que “nenhum madrileno fique desamparado” e pediu-lhe protecção para garantir “a unidade indissolúvel e a projecção futura” da Espanha, que há muito vive vários movimentos separatistas, particularmente na região da Catalunha.

Osoro lembrou que, no ano passado, a padroeira, a Virgem da Almudena, não pôde sair às ruas com todas as procissões religiosas proibidas na Espanha durante o pior da pandemia. A missa foi celebrada dentro da catedral com lugares limitados, ao contrário dos milhares que compareceram na terça-feira, fora da catedral.

O apelo do cardeal para que Deus não seja retirado da história dos homens acontece no momento em que os espanhóis estão a perder a sua religião: de acordo com vários estudos, cerca de 30% da população declara-se ateia ou agnóstica, um recorde histórico. O número cresce para perto de 50% entre os que têm entre 18 e 24 anos. Além disso, a percentagem de católicos praticantes também diminuiu, com 27% a declararem que vão à missa ou rezam regularmente.

O alerta contra a crescente divisão e tensão da Espanha sobre as tentativas do governo de “desconstruir e desmantelar a cosmovisão cristã” tem sido um tema constante para os Bispos espanhóis, incluindo uma declaração de 95 páginas publicada a 28 de Julho, e que estabelece directrizes pastorais para a Igreja local até 2025.

“Estamos num momento difícil, não só por causa da COVID-19, mas porque estamos convulsionados por uma profunda crise institucional, com alguns grupos a procurar abrir uma nova fase constitucional e substituir um quadro político que deu grande estabilidade à Espanha. As iniciativas legislativas do governo sobre educação, eutanásia, aborto, memória democrática e judiciária reflectem um projecto de desconstrução global, cujo desenvolvimento põe em risco a liberdade e impede a unidade essencial”, explicou a Conferência Episcopal Espanhola.

Nesse ambiente, a homilia de Osoro teve conotações políticas, especialmente porque políticos de todos os partidos compareceram na cerimónia.

“A presença de Deus no meio da história que nós, homens, fazemos, dá-nos uma Luz tão profunda que nos faz ver as sombras que aparecem neste mundo e nas nossas próprias vidas”, disse o cardeal.

“Podemos pensar sobre o presente e o futuro da nossa casa comum e sobre o nosso projecto comum sem Deus? É possível fazer projectos sobre uma realidade que foi desenhada por Deus e não pelos homens, à parte de Deus?”, questionou.

 

Artigo original de Inés San Martín, publicado no Crux a 10 de Novembro de 2021.

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Palavras-Chave:
 •  Religião  •  Espanha  •  Madrid  •  Catolicismo
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