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DACS com Vida Nueva Digital | 26 Nov 2021
Cardeal Grech destacou a estreita relação entre sinodalidade e missão
Secretário Geral do Sínodo dos Bispos destacou as contribuições que a Igreja latino-americana pode dar, a partir da sua experiência de “caminhar em conjunto”.
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  © DR

O Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, D. Mario Grech, discursou perante a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe e disse que se sentia honrado por se dirigir às Igrejas Latino-Americanas, que poderiam ser um exemplo para muitas Conferências Episcopais, devido à extraordinária experiência eclesial, depois das conferências de Medellín, Pueblo, Santo Domingo e Aparecida.

O cardeal afirmou que os documentos conclusivos destas assembleias constituem marcos de um caminho que se aprofundou na consciência de uma Igreja dinâmica e em comunhão, fundamento da sua identidade eclesial e do modo particular e característico com que procura ser Igreja neste tempo tão complexo e convulsionado. “Tudo isto tem muito a ver com a sinodalidade”, disse.

Relacionou a Assembleia Eclesial com a Conferência do CELAM de Aparecida, fundamento da conversão pastoral promovida pela “Evangelii gaudium” e expressão da visão pastoral do Papa Francisco. Destacou que esta Assembleia constitui uma ponte entre o Sínodo da Amazónia (uma verdadeira experiência transformadora para a região) e o Sínodo da Sinodalidade. Esta ligação permite explicitar a relação entre sinodalidade e missão.

 

Dimensão missionária da Igreja

Para Mario Grech, a conversão pastoral que a Exortação Apostólica propõe tem uma dimensão missionária. Os princípios que levanta para colocar em prática a “Igreja em saída” podem ser vertidos no sentido sinodal.

No seu ponto 24, a EG afirma que “A Igreja «em saída» é a comunidade de discípulos missionários que «primeireiam», que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festejam”. O sujeito dos cinco verbos é a “comunidade evangelizadora” e pode aplicar-se a uma “comunidade sinodal”, expressou o Cardeal.

  • A comunidade sinodal sabe que o Senhor tomou a iniciativa, precedeu-a no amor (cf. 1 Jo 4,10) e, por isso, sabe dar o primeiro passo, tomar a iniciativa sem medo, sair ao encontro, procurar os marginalizados e convidar os excluídos. A Igreja Sinodal tem um desejo inesgotável de oferecer misericórdia.
     
  • A Igreja Sinodal sabe “envolver-se”. Coloca-se com obras e gestos na vida quotidiana dos outros, encurta distâncias, rebaixa-se e assume a vida humana, tocando a carne sofredora de Cristo no povo. Os homens e mulheres verdadeiramente sinodais têm, portanto, o “cheiro de ovelha” e estas ouvem a sua voz.
     
  • A comunidade sinodal está sempre pronta a “acompanhar” a humanidade em todos os seus processos. Sabe o que significa trabalho árduo e perseverança apostólica. A evangelização envolve muita paciência e não conhece limites.
     
  • A comunidade eclesial, fiel ao dom de Deus, sabe “dar fruto”, está sempre atenta aos frutos, porque o Senhor a quer fecunda. Cuida bem do grão e não perde a paz por causa das ervas daninhas. O semeador encontra um modo de fazer com que a Palavra penetre numa situação concreta e dê frutos de vida nova, ainda que imperfeitos ou incompletos.
     
  • A comunidade sinodal sabe sempre “celebrar”. Celebra cada pequena vitória, cada passo em frente. A sinodalidade alegre converte-se em beleza na Liturgia.

 

Sinodalidade e Missão

O cardeal maltês expressou: “É tão fácil entender a Evangelii gaudium à luz da sinodalidade, que podemos argumentar que não só a Igreja é sinodal e missionária ao mesmo tempo, mas que ela só é missionária se for sinodal, e sinodal se for missionária”. Estas são duas dimensões constitutivas da Igreja, que se mantêm ou caem juntas.

Indicou que, se pensarmos no cenário da missão de uma Igreja não sinodal, a evangelização já não seria obra da Igreja, mas de muitas pessoas, grupos, movimentos, com os seus próprios dons, mas sem o mandato de Cristo. O anúncio do Evangelho deve ser uma manifestação evidente da comunhão eclesial. Um projecto missionário só pode surgir do processo sinodal de escuta-discernimento, que é também um exercício de discipulado.

 

Contribuições da Igreja Latino-americana

Grech assegurou que o aprofundamento do vínculo entre essas duas dimensões da Igreja pode ser uma das contribuições mais significativas desta Assembleia, em continuidade com a história e a experiência da Igreja na América Latina. Resgatou a contribuição dos pastores como representação visível da Igreja que vive neste continente. “Se no caminho da sinodalidade todos somos aprendizes, vocês já o são há muito tempo; portanto, é justo esperar de vós uma importante contribuição de experiência sinodal”, disse.

Outra contribuição refere-se à forma como se realizam as etapas das primeiras fases do processo sinodal: a ampla consulta nas Igrejas particulares é uma novidade. A partir da escuta, os episcopados são chamados a fazer um discernimento eclesial. Então, seguir-se-á o nível continental. “É legítimo esperar uma contribuição que abra perspectivas de como operacionalizar as instâncias intermediárias de sinodalidade”, frisou.

Do seu ponto de vista, a Igreja neste continente tem também um outro dom a oferecer a toda a Igreja, um dom precioso: compreender a Igreja como Povo de Deus. Essa perspectiva do Concílio Vaticano II ressurgiu com a eleição do Papa Francisco. A teologia do Povo de Deus voltou a ser o quadro de referência para o caminho da Igreja, no qual a sinodalidade, a colegialidade e o primado podem acontecer em plena harmonia e complementaridade.

 

Duas visões da Igreja

No entanto, o Secretário do Sínodo dos Bispos expressou que outro aspecto que caracterizou a vida eclesial deste continente foi o contraste radical entre duas visões da Igreja, o que gerou uma profunda divisão do corpo eclesial.

O Sínodo pede-nos que “caminhemos juntos” e a conversão missionária não será possível se não se realizar também uma conversão sinodal, que implica uma escuta humilde e respeitosa do outro e das suas razões; que tenha a coragem de pedir e perdoar; que quer a unidade.

“Talvez este seja o maior esforço, mas também constituirá o testemunho mais forte, que dará conteúdo ao dom da experiência sinodal que podem oferecer a toda a Igreja”, disse Grech.

Prosseguiu afirmando que este caminho parece ser também a resposta aos grupos e seitas cristãs que promovem uma compreensão individualista e íntima da fé.

A estas propostas, a resposta mais credível é a da comunhão: “Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações” (At 2,42).

O Sínodo, ao colocar como tema a Igreja sinodal e ao pedir que a comunhão, a participação e a missão sejam lidas neste contexto, constitui a possibilidade concreta de regressar ao estilo de vida evangélico.

 

Artigo de Roxana Alfieri, publicado em vida Nueva Digital a 26 de Novembro de 2021.

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Palavras-Chave:
Sínodo  •  Sinodalidade  •  CELAM  •  América-Latina  •  Comunhão  •  Misericórdia
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