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Em resposta, “governos, organizações da sociedade civil e a Igreja devem unir-se para aliviar o crescente sofrimento das crianças mais vulneráveis entre nós”.
Esta grave advertência e o apelo correspondente foram expressos na quarta-feira, num documento divulgado pela Comissão de Covid-19 do Vaticano, intitulado “Crianças e Covid-19: as vítimas mais vulneráveis da pandemia”.
O documento alerta que toda uma geração de crianças “está a arcar com os impactos económicos, sociais e de saúde” da pandemia.
A Covid-19 deixou mais de 5 milhões de crianças privadas de um dos pais ou cuidadores, muitas vezes com pouco tempo para que outros cuidadores se preparassem. A pobreza familiar disparou, juntamente com o aumento da insegurança alimentar entre as crianças, com mais de 6 milhões de novos casos de desnutrição aguda em menores de 5 anos na África Subsaariana e no Sul da Ásia.
A educação foi interrompida, a violência e a exploração infantil estão a aumentar, especialmente entre as meninas, 10 milhões das quais estão em risco de casamento infantil.
Esta miríade de consequências da pandemia tem um peso maior nas comunidades mais pobres.
O documento da Comissão de Covid-19 passa a analisar o impacto da situação nas crianças, alertando que foi “particularmente profundo”. Jesus, nota o documento, “identifica-se sobretudo com os mais pequenos”, por isso a Igreja é chamada a ouvir e responder ao “grito silencioso das crianças pobres”.
A Comissão recomenda, portanto, que as crianças que perderam um dos pais ou encarregados de educação permaneçam com a família sempre que possível. Famílias de acolhimento ou institucionalização apenas se nenhum familiar for capaz de cuidar da criança.
O atendimento às famílias é fundamental para o bom desenvolvimento da criança. “Os nossos esforços físicos e espirituais devem concentrar-se no fortalecimento da capacidade das famílias de cuidarem dessas crianças, especialmente dos pobres”.
Ao mesmo tempo, o documento alerta contra a violência contra as crianças, que correm o risco de serem submetidas à “indiferença egoísta” dos outros.
As crianças, acrescenta a Comissão, são “o alicerce do futuro” e provavelmente só atingirão o seu pleno potencial se forem alimentadas e protegidas num ambiente de amor e apoio. “Apoiar o bem-estar das crianças hoje contribuirá para a redução da pobreza e da desigualdade ao longo das gerações”.
O documento pede respostas holísticas às vulnerabilidades das crianças à pandemia. Como as crianças enfrentam dificuldades contínuas de educação e desenvolvimento, a humanidade deve “maximizar os esforços para garantir a protecção, cuidado, saúde e educação de todas as crianças – uma abordagem que irá reduzir fundamentalmente a desigualdade ao longo do tempo”.
O documento da Comissão de Covid-19 do Vaticano termina com um duplo apelo às instituições civis e religiosas.
Políticas e a sociedade civil precisam de:
– Promover a distribuição equitativa da vacina Covid-19;
– Fortalecer os sistemas que promovem os cuidados familiares a crianças;
– Dedicar maiores despesas orçamentais à protecção das crianças;
– Combinar transferências de dinheiro para os pobres com um programa complementar;
– Proteger as crianças afectadas por traumas enquanto as escolas reabrem.
As instituições administradas pela Igreja também são chamadas a fazer sua parte respondendo às necessidades dos filhos de Deus.
As dioceses e paróquias devem ajudar sempre que uma crise atinge os membros da Igreja; os paroquianos podem ajudar as crianças a permanecerem sob os cuidados da família, apoiando os seus cuidadores; instituições de caridade administradas pela Igreja podem ajudar crianças em transição para outras famílias quando nenhum dos seus parentes pode acolhê-las; e todos os católicos se devem opor à violência contra as crianças dentro e fora da família, criando oportunidades de aconselhamento e apoio.
Através das medidas multifacetadas delineadas pelo documento “Crianças e Covid-19”, os governos e a Igreja podem responder à crise crescente enfrentada pelos membros mais vulneráveis da sociedade.
Artigo de Devin Watkins, publicado no Vatican News a 22 de Dezembro de 2021.
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