Arquidiocese de Braga -

14 dezembro 2021

Pandemia lança 100 milhões de menores para a pobreza

Fotografia UNICEF

DACS com Fátima Missionária

Desde o início da pandemia, mais de 1.6 mil milhões de crianças deixaram de ir à escola.

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A pandemia de covid-19 lançou cerca de 100 milhões de menores para a pobreza, segundo a UNICEF. De acordo com um relatório sobre o impacto da pandemia nas crianças e jovens, vive-se o maior retrocesso desde a criação da agência das Nações Unidas, há 75 anos.

No relatório “Prevenindo uma década perdida: acção urgente para reverter o impacto arrasador da covid-19 sobre crianças e jovens”, o Fundo das Nações Unidas para a Infância refere que 1,8 menor a cada segundo caem na pobreza, que 60 milhões de crianças vivem em casas pobres e mais de 23 milhões deixaram de ser vacinadas, o que representa o maior número em 11 anos.

Desde o início da pandemia, mais de 1.6 mil milhões de crianças deixaram de ir à escola devido ao encerramento dos estabelecimentos de ensino, e mais de 13 por cento dos adolescentes relatam problemas como ansiedade e depressão.

Até Outubro desde este ano, a pandemia levou à suspensão de 93% dos serviços críticos de saúde mental. A UNICEF estima que, se nada mudar até 2030, podem ocorrer até 10 milhões de casamentos infantis.

Henrietta Fore, directora-executiva do UNICEF, afirma que actualmente estão “sob risco” os progressos e vitórias que tinham sido obtidos pela agência e parceiros no desenvolvimentos de ambientes mais saudáveis e seguros para crianças. Apesar do número de menores que passam fome, são abusados, sujeitos a casamentos forçados, estão fora da escola e sem acesso à saúde e vacinas terem descido, teme-se agora o regresso destes problemas quando se olha para o futuro.

A UNICEF considera que, no melhor cenário, o mundo vai precisar de oito anos para recuperar da crise causada pela pandemia e voltar aos níveis de pobreza antes do aparecimento da covid-19.

O fundo das Nações Unidas pede “mais investimento em protecção social, capital humano e numa recuperação resiliente e inclusiva” e apela ainda a uma “reconstrução que melhor proteja as crianças das crises com novas abordagens pelo fim da fome e proteção de menores das alterações climáticas”.