Arquidiocese de Braga -

24 dezembro 2016

Mensagem de Natal do Arcipreste de Vila Nova de Famalicão, o P.e Armindo Paulo da Silva Freitas

Fotografia

Padre Armindo Paulo da Silva Freitas, Arcipreste

(Mensagem publicada no Jornal Cidade Hoje).

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Rompei brados de alegria!

Mais de Dois mil anos de Cristo vivo, no Mundo, na História dos Homens são, para nós cristãos e Homens de boa vontade, uma Boa Notícia. Pois é «uma grande alegria para todo o Povo»!, porque – como diz São João – «o Verbo era a luz verdadeira que vindo a este mundo, ilumina todo o Homem»!

Alegria, portanto, para todos, todos os homens, para cristãos e Homens de boa vontade!

Alegria, diria, antes de mais, para nós, os cristãos. Uma enorme e profunda e divina alegria, porque temos a experiência de um Deus que deixou de ser imaginável e surpreendentemente se fez à nossa medida.

Temos e levamos connosco a notícia de um Deus que não se envergonhou de nós. Que se fez um de nós: «O Verbo fez-se Carne». Ou se quiserem, a notícia de um Deus que se “desfez” da sua grandeza, para chegar até nós e nos levar e elevar até Ele.

De um Deus que é Palavra eterna e se deixou dizer neste nosso tempo e nesta nossa pobre linguagem humana. De modo que o Seu abaixamento das alturas da sua divindade, à pobreza da nossa pequenez, serviu ao engrandecimento e exaltação da nossa humanidade.

Deus preferiu a nossa natureza humana. De modo que, naquele preciso momento e lugar, passados que são mais de dois mil anos e em Belém, o Verbo se fez Carne, o Pai nos enviou o seu Filho, o seu amado Filho!

E «àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus». «E somo-lo, de facto»! O que é uma grande alegria para nós!

Alegria também para todos os «Homens de boa vontade», mesmo para aqueles que entendem o Natal como um passe de magia ou como uma história de embalar meninos. Porque, mesmo fora do âmbito da fé, a aparição do Salvador tornou-se fonte de mais humanidade, de maior sentido da nobreza e dignidade desta nossa condição humana. Ainda assim, «a luz brilha nas trevas».

O Natal é, por isso, uma Boa Notícia, uma grande alegria para todo o Povo. Porque o Natal não é uma espécie de retorno à infância, mas sim um acontecimento que nos toca e interpela, precisamente «HOJE». Não somos nós que, agora, no esforço da memória ou na luz da nossa imaginação, conseguimos chegar devotamente ao presépio de Belém de há dois mil anos.

Mas, ao invés, é Belém, é Jesus, que desde há mais de dois mil anos Nasce. E Nasce HOJE para nós, e HOJE chama à nossa porta e nos toca e abençoa no seu amor.

Assim como o Sol, ao nascer cada dia, se torna contemporâneo do homem, voltando a iluminá-lo, a aquecê-lo e tornando o homem mais agradecido, assim Cristo, o Sol nascente, nos ilumina e aquece, desde aquele dia e em cada dia, também em cada noite, da nossa vida humana, para descerrar as trevas do nosso coração.

Só faz falta que abramos os olhos, que nos fixemos neste Menino que, em silêncio, sem fazer ruído, sem se impor, com a indiferença simples das crianças, vem até nós para nos manifestar o esplendor do rosto de Deus.

Há um enorme júbilo, entre os Anjos, no Céu! É Natal! Haja alegria para todos! Porque hoje é Natal! Abri as portas, porque Deus está connosco. É isso o Natal, HOJE!

Votos de um Santo e Feliz Natal para todos os cristãos e todos os Homens de boa vontade.

Padre Armindo Paulo da Silva Freitas, Arcipreste