Arquidiocese de Braga -
13 abril 2017
Debate sobre o Mundo do Trabalho iniciou preparação para as Visitas Pastorais em Famalicão
Departamento Arciprestal da Comunicação Social
Painel de convidados abordou o trabalho segundo uma perspectiva cristã, na luta incessante pela justiça e a pela dignidade do homem.
No âmbito da Visita Pastoral ao Arciprestado de Vila Nova Famalicão, que acontecerá ao longo deste ano de 2017, o mesmo promoveu a realização de um encontro preparatório direccionado para a Pastoral do Trabalho, sob o tema “O Mundo do Trabalho em Debate”.
Este encontro teve lugar no passado dia 6 de Abril, às 21h15, no Centro Pastoral de Santo Adrião, em Vila Nova de Famalicão, contando com a presença de D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz de Braga, assim como de D. Nuno Almeida, Bispo Auxiliar.
Coube a D. Jorge Ortiga fazer a abertura do encontro, lembrando aos cerca de 70 participantes que este debate dedicado ao mundo do trabalho tinha como objectivo, precisamente, servir de “preparação para as Visitas Pastorais”.
Iniciado o debate, moderado pelo cónego e jornalista João Aguiar Campos, foi dada a palavra ao painel de convidados, que apresentaram os seus anseios e preocupações, abordando o trabalho segundo uma perspectiva cristã, na luta incessante pela justiça e a pela dignidade do homem.
Deste modo, Rosa Maria Vale, directora técnica do Centro Social e Paroquial de Castelões, começou por abordar “a questão dos salários”, noemadamente “as injustiças nas tabelas salariais”, acrescentando que, “muitas vezes assume o papel de moderadora entre os colaboradores e as chefias no tocante a esta questão”.
Por sua vez, o Cónego Roberto Mariz, presidente da direcção da União das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Braga (UDIPSS Braga), enfatizou “o trabalho como elemento dignificador”, pois “o Homem não é um mero instrumento de produção, mas sim colaborador de Deus no mundo”.
Fátima Amorim, empresária e presidente diocesana da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), abordou questões de índole ética que se prendem com a associação que representa, principalmente ao nível dos empresários. A convidada lembrou que, “numa altura em que todas as pessoas falam de códigos de ética que acabam por não sair do papel, é necessário estarmos atentos”, pois, como frisou, “o que distigue uma empresa é o Homem”. Alertou ainda que “actualmente as pessoas preferem gozar de rendimentos do que colaborar na vida de uma empresa”.
Bruna Costa, coordenadora diocesana da Juventude Operária Católica (JOC), salientou “que a JOC não se explica mas vive-se na relação de uns para com os outros”.
Na sua intervenção, Américo Monteiro, sindicalista e dirigente nacional da Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC), partilhou o seu testemunho de vida, como operário ligado ao mundo sindical e à Igreja, abordando o tema dos movimentos operários no seio da mesma e frisando que a sua participação como sindicalista procurou ser sempre “expressão de solidariedade para com os seus colegas que revidicavam melhores condições de trabalho.”
Perto do final do debate, e depois de questionados pelo cónego Aguiar sobre como sentiram este “encontro de diferentes opiniões”, Fátima Amorim disse que “é necessário reunir mais vezes para debater temas desta importância”. Já Américo Monteiro alertou que “por vezes não há debates desta natureza porque as pessoas já tem as suas ideias definidas e não as querem abortar em favor do outro”.
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