Arquidiocese de Braga -

10 fevereiro 2016

Cinzas

Fotografia

Que poder?

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A imposição das cinzas remonta-nos para as vivências celebrativas das primeiras comunidades cristãs. Neste período, as pessoas depositavam as cinzas na cabeça e, ulteriormente, apresentavam-se à comunidade com um “hábito penitencial” para auferir o sacramento da reconciliação na Quinta-feira Santa.
Já em pleno século XI, a Igreja impõe as cinzas no início do tempo quaresmal a fim de que os fiéis possam converter-se e preparar-se verdadeiramente para viver os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.

Nos nossos dias, a cinza representa um símbolo na caminhada quaresmal proposta pela Igreja. A sua função é associada à penitência consumada pelos pecadores convertidos. Na verdade, este gesto de imposição visa o reconhecimento da fragilidade e mortalidade humanas, que carecem da redenção do Deus misericordioso.

Interiorizando as palavras do sacerdote “és pó e em pó te tornarás” ou “converte-te e acredita no Evangelho”, todo o Homem de boa vontade  recordará a sua procedência e o seu fim: “Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e insuflou-lhe pelas narinas o sopro da vida, e o homem transformou-se num ser vivo.” (Gn 2,7); “até que voltes à terra de onde foste tirado; porque tu és pó e ao pó voltarás” (Gn 3,19).

Mais do que um sinal puramente exterior, é um compromisso que todo o cristão é chamado a selar no início do percurso quaresmal. Por isso, ao fiel exige-se uma conversão interior e empenho pascal, mediante a sua participação nesta celebração litúrgica.