Arquidiocese de Braga -

19 maio 2016

Em cada pobre está Deus!

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Abertos à generosidade que transborda, aos afetos que excedem, ao desejo que acorda.

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As palavras do papa Francisco foram dirigidas aos humildes e carentes de coração, a quem a miséria e contingência assolam quotidianamente. Em plena audiência semanal, o Sumo Pontífice assegurou que “ignorar o pobre é desprezar Deus”. De seguida, recordou a densidade teológica do Magnificat, proferida por Maria, numa estrita alusão à passagem: “derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes”.

É no vulto daquele que brada e dirige-se ao nosso encontro que abalroamos a assiduidade de Cristo na nossa vida, incluído na comunidade à qual pertencemos. Veja-se que o íntimo do sofredor é dos mais abertos à generosidade que transborda, aos afetos que excede, ao desejo que acorda. Em nada considera avareza, em tudo vislumbra muito, para quem um pequeno auxílio que seja tem um excessivo alcance.

Com certeza, a pobreza impõe uma objeção una face à pluralidade que a caracteriza. Não há extensões dos desafetos e dos desamores, mas somente ampliações das afeições e dos sabores. Nestas últimas, o ser humano deve sentir-se interpelado a uma entrega e dádiva precisas, acolhendo órfãos e órfãs, viúvos e viúvas, exilados e exiladas.