Arquidiocese de Braga -

6 junho 2016

António Lobo Xavier

Fotografia

A economia a disseminar-se, a cultura a retrair-se!

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Adentrados numa sociedade esquizofrénica e, um tão pouco, tirânica existe pouco espaço para que o capital humano e cultural seja valorado. Entre desesperos e angústias quotidianas, há ainda um manancial de recursos financeiros e negócios económicos que transformam a gestão do planeta numa visão materialista. O mundo imaterial parece ser colocado à margem, marginalizado à periferia, deslocado para a subúrbio.

Os elementos mortíferos da comunidade plural instalaram uma vedação perentória entre os movimentos velozes dos ciclos económicos e a valoração axiológica das fontes e registos culturais.  À falta de verdade e respeito moral numa coletividade comercial, os ritmos próprios dos padrões sociais veem-se arredados de uma atenção integral. Daí resultam as injustiças laborais, as assimetrias na distribuição de recursos e ainda os atentados ao ambiente e à humanidade.

Por sua vez, os princípios da «frugalidade, insatisfação, verdade, rigor são qualidades especialmente associadas aos grandes objetivos da economia, que são a inovação, o risco, resistência ao fracasso e a tolerância - aos outros e ao erro», assentou António Lobo Xavier. A economia de futuro, credibiliza pela digitalização, poderá segregar a própria cultura, declinando o intrínseco valor do conhecimento.