Arquidiocese de Braga -

Uma sociedade distante do sofrimento e da ferida aberta do Outro, uma comunidade alheia ao marginalismo e descrédito, uma coletividade imune ao desespero de tantos povos esquecidos, é um sociedade desumana. Vemos tantos grupos possantes no seu oportunismo e despotismo, desautorizando a comunhão e solidariedade.

Hoje, na praça de São Pedro, o Sumo Pontífice corroborou uma sentença intuitiva para muitos cristãos, mas praticada ainda por poucos: “uma sociedade indiferente ao sofrimento dos outros é uma sociedade cega”. Um estudo perentório face às leituras bíblicas diárias, exigindo uma reflexão crítica e universal para com um sentimento de comodismo instalado face à contingência, miséria e demais indigência. Daí resultou a questão: “Quantas vezes vemos essas pessoas ao longo do nosso caminho e nos sentimos incomodados? É uma tentação, todos passamos por ela, mesmo eu”, asseverou o Papa.

Com efeito, quantos à margem e na orla do nosso trilho, e nós refratários às suas necessidades? Quantos batendo à porta do nosso coração para um afeto recíproco, um sorriso partilhado, uma mão aconchegante? A natureza inóspita nunca será exemplo de bem-aventurança e libertação, como foi Cristo em palavras e nas ações.