Arquidiocese de Braga -
21 abril 2020
SUGESTÃO DA SEMANA…
Departamento da Pastoral Universitária
Reviver África em “Um Rapaz que prendeu o Vento”, realizado por Chiwetel Ejiofor.
Esta semana propomos que façam uma reflexão em família através do filme “Um Rapaz que prendeu o Vento”, realizado pelo ator britânico Chiwetel Ejiofor, que foi nomeado para um Óscar pelo papel no filme “12 anos Escravo”.
“Um Rapaz que prendeu o Vento” trata uma história de drama, superação e ingenuidade, que acontece inteiramente em África, mais concretamente no Malawi, no início do milénio - por volta da altura dos atentados do 11 de setembro de 2001. O argumento é baseado no livro com o mesmo título que conta a história real de William Kamkwamba.
O Malawi vive uma fase de transição. É um dos mais estáveis países africanos, mas tudo vai mudar com as fortes cheias e, depois, a seca intensa que vão arruinar as plantações que são necessárias para alimentar a população. O governo, que está mais preocupado em vencer as eleições do que em ajudar o povo, não vai ser a solução. Quando os problemas estalam, as coisas vão ficar difíceis para a população mais rural.
O filme acompanha a família Kamkwamba. Os pais são agricultores que sempre quiseram que os filhos tivessem vidas diferentes, com mais estudos e profissões melhores. Annie é a irmã mais velha e está a preparar-se para ir para a universidade.
William, o protagonista desta história real, é um miúdo que representa a ideia de felicidade que vemos frequentemente nas crianças de sítios pobres, que nunca tiveram grandes expetativas sobre nada na vida. O que ele mais quer fazer é estudar. No entanto, sente-se feliz na sua condição, vive bem com o cão, os amigos, os relatos de futebol e os passeios pelo ferro velho da aldeia. Mas ele é um engenhocas, costuma arranjar os rádios dos vizinhos para receber uns trocos e impressiona as crianças mais velhas quando faz truques com as pilhas.
Tudo isto vai ter um impacto imenso quando a seca devasta aquela zona do país - com pessoas a fugir das aldeias, conflitos e colheitas estragadas (o que provoca fome). William Kamkwamba salva a família e toda a comunidade. Esta parte não a vamos revelar, deixamos o suspense para a vossa sessão de cinema em família. Mas o que interessa mais aqui é o caminho que o leva até este final glorioso.
Esta é uma narrativa maravilhosa para contar e que não deve ficar esquecida. Tem os elementos todos: é uma história de superação, de uma família de pessoas boas que passa por momentos péssimos e que, graças ao mais ingénuo (e puro) membro, William, consegue sobreviver. Um verdadeiro herói, mas que a sua história fica esquecida na imensidão de África.
Para os apaixonados por África, ainda têm a oportunidade de se deliciar com as paisagens de África que foram captadas e que têm uma beleza exótica que, lá está, não estamos habituados a ver nos nossos quotidianos - mesmo nos ecrãs dos cinemas, televisões ou computadores. Tal como o seu próprio conteúdo: esta é uma história humanizadora que contrapõe a tradição e a modernidade na África rural. Precisamos de mais filmes destes. De mais histórias destas que nos ajudem a compreender que não há contextos sociais para a felicidade, para sonhar e para lutar pelos nossos sonhos.
Um filme que apaixona e nos faz reviver África e as emoções que esta terra nos traz.
Para os mais apaixonados pela leitura podem sempre encomendar o livro, com o mesmo nome, escrito pelo próprio William Kamkwamba, o rapaz que se transformou num engenheiro e que mais tarde deu palestras de como superar os obstáculos da vida.
Fica aqui uma pequena visão do que é o filme: Trailer
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