Arquidiocese de Braga -

3 setembro 2018

D. Francisco lança forte apelo ao «dinamismo missionário» na Arquidiocese de Évora

Fotografia

Alexandre Gonzaga / DM | Fotografias: Avelino Lima

D. Francisco Senra Coelho definiu ontem como prioridade manter vivo o «dinamismo missionário» que tem pautado a Arquidiocese de Évora.

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A Sé Catedral de Évora acolheu ontem a celebração eucarística de tomada de posse do novo Arcebispo Metropolitano, D. Francisco Senra Coelho.

Bispos, sacerdotes e fiéis lotaram o templo dedicado a Nossa Senhora da Conceição, para ouvirem um forte apelo ao «dinamismo missionário» na maior diocese portuguesa em termos territoriais, e, ainda, duras críticas ao «legalismo religioso» e «atitudes fundamentalistas» que marcasm aatualidade da Igreja Católica.

Antes da missa, o antigo Bispo Auxiliar de Braga contou aos jornalistas que assumiu «uma preparação interior» para um «"sim" ao Papa Francisco"» no seu compromisso com o povo alentejano.

«Quero que a minha vida seja doada a esta Igreja e que o anel que trago no dedo seja a minha aliança com a Igreja que se concretiza neste diocese, comunidade e povo, nesta gente alentejana», disse o prelado, antes de desafiar a diocese bimilenar a dar continuidade ao «dinamismo missionário» que a caracteriza.

«Eu entro nesta viagem que já está em marcha e quero colocar todo o meu empenho como bispo da Igreja e de Évora, para que na alegria do Evangelho, sejamos Igreja em saída», referiu D. Francisco Senra Coelho, que não esqueceu o apoio dos jovens para construir uma Igreja local «familiar, transparente e coerente».

Sem descurar a dimensão da «humanização», disse que «gostaria de envolver todos os pobres, sem voz e expressão, ovelhas descartadas» no projeto missionário arquidiocesano.

 

Crítica ao legalismo religioso

Na homilia, lançou um crítica contundente ao legalismo religioso, que «deturpa e caricaturiza a verdadeira relação com a beleza de Deus».

«No seu entendimento, cumpridas todas as regras e prescrições, Deus seria apenas chamado a apreciar e testemunhar o nosso esforçoe para nos atribuior o prémio que reclamamos. Este orgulho leva à soberba da auto-suficência, da auto-contemplação e da auto-salvação», garantiu o Arcebispo Metropolitano de Évora, que, numa declaração de apoio ao Papa Francisco, lamentou que «atitudes fundamentalistas, soberbas, hipócritas e até violentas» marquem a «história e a atualidade» da Igreja Católica.

D. Francisco Senra Coelho acabou por garantir que «a Igreja eborensde se revê no chamamento de Deus à humildade, à fidelidade e ao serviço», numa busca constante pela «verdade e coerência».

«Seremos família acolhedora, em tenda alargada», garantiu.

 

Ritual de posse repleto de símbolos

Antes da procissão de entrada, D. Francisco Senra Coelho recebeu o crucifixo e aspergiu os participantes do cortejo litúrgico. No entanto, quem presidiu aos ritos iniciais foi o administrador apostólico da Arquidiciose de Évora, D. José Alves, até ao momento da imposição do pálio - "símbolo da unidade e comunhão com a Sé Apostólica, e vínculo de caridade" -, entrega do báculo e cedência do seu lugar na cátedra ao novo Metropolita eborense. 

Antes, procedeu-se à leitura da Bula Apostólica, pelo núncio apostólico em Portugal, D. Rino Passigato, que também entregou o pálio a D. Francisco, insígnia litúrgica de honra e jurisdição da Igreja Católica, e que, no dia da memória litúrgica de São Pedro e São Paulo, passou a noite sobre o túmulo do Apóstolo Pedro.

De seguida, o chanceler da Cúria local pronunciou a ata de tomada de posse. No fim, bispos e sacerdotes assinaram o documento.

Diante de D. José Alves e de joelhos, D. Francisco Senra Coelho realizou a sua profissão de fé e pronunciou o juramento de bispo que consta nas Cartas Apostólicas. Findo este momento, D. José Alves (Bispo emérito de Évora a aprtir daquele momento), que presidiu à Arquidiocese de Évora durante 10 anos, impôs o pálio e entregou o seu báculo a D. Francisco, que prossegiu na presidência da eucaristia.