Arquidiocese de Braga -
28 março 2014
FELISBELA LOPES APRESENTOU 'A VOZ DA CATEDRA(L)'
Que todos sejam um” é a máxima de Jesus que D. Jorge Ortiga escolheu como linha de orientação para a sua ação pastoral na Arquidiocese de Braga, onde já leva 15 anos de serviço. É esta máxima que agrega igualmente a centena e meia de intervenções do Arceb
“Que todos sejam um” é a máxima de Jesus que D. Jorge Ortiga escolheu como linha de orientação para a sua ação pastoral na Arquidiocese de Braga, onde já leva 15 anos de serviço. É esta máxima que agrega igualmente a centena e meia de intervenções do Arcebispo, agora reunidas no primeiro volume do livro “A Voz da Catedra(l)”, ontem lançado pelo Prelado, que não esconde a sua «predileção pelos sacerdotes e pelos mais carenciados». A vice--reitora da UMinho Felisbela Lopes apresentou o livro, realçou a abrangência dos temas e as preocupações sociais do Prelado e deixou um apelo: «Precisamos que a sua voz continue a ecoar com força a partir da Catedral».
E se os marginalizados da sociedade são a marca de muitas das reflexões de D. Jorge, o livro é a prova do “milagre” da reabilitação física do Padre José da Silva Lima, que selecionou os textos e coordenou a edição, impressa pela Gráfica Diário do Minho. A sessão contou com algumas centenas de participantes e teve interpretações musicais de harpa por Eleonor Picas e a presença de D. António Moiteiro e de diversos dignitários da igreja bracarense, além de muitas autoridades civis, associativas e militares.
Depois de ter celebrado, no início deste mês, 70 anos de vida, D. Jorge confessou «nunca ter pensado que tinha escrito tanto» – a este volume, de 600 páginas, sob o lema “Rumo à Unidade – Avalia”, seguir-se-ão mais dois com os subtítulos “Anuncia” e Executa –, mas ressalvou: «Não sou um intelectual, pelo que a minha preocupação é sempre com a vida, a vida concreta das pessoas e acredito numa sociedade mais unida e mais fraterna».
«São muitas palavras que desejo que sejam um apelo à vida e à unidade», afirmou D. Jorge, realçando «a unidade com Deus e com o mundo na sua globalidade de crenças e pensamentos, mas onde todas as pessoas são candidatas à unidade, isto é, são alguém por quem devo dar a minha vida no dia a dia e nas mais variadas situações».
«E se a unidade como o amor é universal – disse o Prelado – não é pecado ter duas predileções: os sacerdotes, que são uma paixão mesmo que não consiga corresponder a todas as suas aspirações; e os mais carenciados, que são uma luta de descobrir o rosto de Cristo em todos, embora às vezes seja quase impossível dar esperança a quem está desencantado».
A professora da Universidade do Minho Felisbela Lopes, a quem coube a apresentação, realçou a «abrangência e a interpelação social» das reflexões de D. Jorge Ortiga, agora vertidas em livro, notando a capacidade do antigo reitor dos Congregados, que conhece desde jovem, de «falar para fora dos templos», sendo «uma voz que guia pelo meio de um mundo cheio de dificuldades, a quem procura sentido para a vida».
E neste livro estão interpelações de D. Jorge, desde que há 15 anos se tornou «a voz da Catedral» e que, entre muitos outros temas, realça o compromisso eclesial de sacerdotes e leigos, mas não esquece os doentes, idosos, divorciados, desempregados, toxicodependentes, marginais e marginalizados, pois «constituem margens da mesma sociedade», resumiu a vice-reitora. E por trás dos textos está também o homem que gosta de desporto, que defende a participação cívica informada dos eleitores e que não se cansa de apelar à humanização do trabalho e de denunciar os dramas do desemprego e da pobreza, acrescentou.
DM, 28 de Março de 2014
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