Arquidiocese de Braga -

21 maio 2014

D. EURICO DEIXA TESTEMUNHO QUE ENRIQUECE A IGREJA DE BRAGA

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O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, disse, ontem, que D. Eurico Dias Nogueira deixa à Igreja de Braga um testemunho que deve ser acolhido como «lição» para que se possa «comprometer com uma cidadania ativa», dando o seu «contributo para uma construção

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O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, disse, ontem, que D. Eurico Dias Nogueira deixa à Igreja de Braga um testemunho que deve ser acolhido como «lição» para que se possa «comprometer com uma cidadania ativa», dando o seu «contributo para uma construção da sociedade mais justa e mais humana».

«D. Eurico não era um homem que se deixava vencer pelas circunstâncias adversas, mas que tinha consciência dos problemas, e quando era necessário denunciar esses mesmos problemas a coragem acompanhava-o. Por isso, a Igreja de Braga sente-se mais pobre, mas ao mesmo tempo mais enriquecida com este testemunho que ele nos deixa ficar», assinalou o prelado, depois de presidir, na Sé, à recitação de Laudes, com a urna do Arcebispo Emérito no meio da nave central da Catedral.

Numa declaraçãoa os jornalistas, D. Jorge Ortiga lembrou que D. Eurico intervinha frequentemente nas homilias de um modo «acutilante», a propósito de «circunstâncias de realidades da vida portuguesa na sua dimensão social ou política», mas preferiu não destacar nenhuma intervenção.

«D. Eurico era uma pessoa plurifacetada, um homem com uma formação inteletual invulgar, homem de rigor, precisamente pela sua formação de jurista», salientou.

O Arcebispo Emérito de Braga tinha o curso de Direito Canónico (pela Universidade Gregoriana de Roma) e também o Curso de Direito Civil (Universidade de Coimbra).

Segundo D. Jorge, o seu antecessor era também um homem com um «amor muito grande e uma fidelidade à Igreja em termos de dimensão missionária» e  «sempre disponível para servir». Prova disso disso, referiu, foi o seu trabalho pastoral em Moçambique e depois em Angola e mais tarde em Braga.

«Foi um homem também muito próximo, muito amigo, muito transparente, com quem nos sentiamos verdadeiramente em família, porque ele conseguir criar esse ambiente familiar», acrecentou o Arcebispo, vincando que a morte de D. Eurico «é uma grande perda para a Igreja em Portugal» e a Arquidiocese de Braga vive um «momento de luto e de pesar», mas ao mesmo tempo de «homemagem por aquilo que D. Eurico foi como bispo e como homem».

«Embora tendo falecido com 91 anos, é um momento para darmos graças a Deus e, particularmente, com serenidade acolhermos a lição que ele nos deixa ficar de viver a sua vocação de bispo em termos de uma intervenção persistente e oportuna em variadíssimas ocasiões e momentos», concluiu.

Exemplo de D. Eurico deve ser um estímulo para os cristãos

D. Eurico Dias Nogueira faleceu segunda-feira, pelas 22h00, de modo «sereno, em paz, tranquilo», descreveu D. Jorge Ortiga.

Vai a sepultar hoje, na Capela Tumular dos Arcebispos, na Sé, depois da celebração da Missa de corpo presente,às 15h30, com a presença de vários bispos.

Exerceu funções como bispo durante quase 50 anos, 35 de exercício pastoral ativo e 15 como emérito.

«A sua vida foi este viver em Jesus, procurando responder sempre à Sua vontade de discípulo fiel e de apóstolo perseverante na missão», disse D. Jorge Ortiga na alocução do ofício de Laudes, após o momento de trasladação. 

O prelado espera que o exemplo de D. Eurico seja um «estímulo» para que a Fé que os cristãos celebram, professam, vivem e anunciam seja «verdadeiramente reassumida, tornada mais conciente e visível na vida do dia-a-dia».

«Nós continuamos a obra, o testamento que ele nos deixou ficar, continuaremos a edificar a mesma Igreja do Senhor», acrescentou.

DM, 21 de Maio de 2014