Arquidiocese de Braga -

21 julho 2014

SANTUÁRIO DO SAMEIRO CELEBRA ORDENAÇÃO DE QUATRO NOVOS PRESBÍTEROS

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O Arcebispo de Braga defende que os padres da sua diocese vivam e ajam como se fossem o próprio Cristo, apontando que «só a fidelidade a esta verdadeira identidade» os tornam felizes. D. Jorge Ortiga, que falava na homilia da missa em que foram ordenados

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O Arcebispo de Braga defende que os padres da sua diocese vivam e ajam como se fossem o próprio Cristo, apontando que «só a fidelidade a esta verdadeira identidade» os tornam felizes. D. Jorge Ortiga, que falava na homilia da missa em que foram ordenados quatro novos sacerdotes, salientou: «É maravilhosa a nossa vocação só que implica atitudes muito concretas através dum estilo de vida exigente e coerente».

Na celebração, que decorreu na Cripta do Santuário do Sameiro, na presença do novo bispo auxiliar, D. Francisco Senra Coelho, do Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, e do Bispo das Forças Armadas e Segurança, D. Manuel Linda, perante uma assembleia de mais de um milhar de fiéis, o Arcebispo Primaz, continuando a dirigir-se aos padres da sua diocese, asseverou que quando estes se «acomodam» ou trabalham «dum modo meramente profissional», não são «verdadeiramente sacerdotes». 

«Não somos um ofício a desempenhar. Somos um sinal duma vida mergulhada na terra mas tocada e tomada pelo divino que trespassa nossas vidas como exigência da vivência da fé. Em nós não podem existir dualismos: a fé por um lado e a vida por outro. Ser verdadeiramente cristão antes de ser presbítero é um desafio para todos. Sejamos coerentes e mostremos a alegria de ser fiéis», recomendou o prelado.

Ainda no mesmo ponto da sua homilia, D. Jorge Ortiga não escondeu que aquele era «um dia de grande júbilo para a Arquidiocese» pois o presbitério ficou mais enriquecido com quatro novos sacerdotes: Adão Ricardo, José Pedro, Nuno Jorge e Rui Manuel.

A estes e às dezenas de padres que participavam na celebração, o Arcebispo de Braga evocou o exemplo do seu antecessor, Beato D. Frei Bartolomeu dos Mártires, de quem se está a comemorar o ano jubilar dos 500 anos do nascimento, apontando que este, «consciente da importância» de existirem «bons pastores que guiem com destreza e humildade o rebanho do Povo de Deus», escreveu na obra “Estímulo dos Pastores”: «o nosso coração deve procurar imitar o dos pastores da terra, os quais passam muitas vezes em claro as noites de Inverno, ao frio e à chuva, só para que uma ovelha, talvez pouco útil, não se perca». 

«Isto se pede aos sacerdotes», sublinhou D. Jorge Ortiga.

Recomendada uma pastoral "Agrícola" e não "Industrial"

O Arcebispo Primaz pôs ontem a nu o que considera ser «um defeito pastoral muito grande» da parte dos sacerdotes «enquanto construtores da casa de Deus entre os homens».

«Talvez fruto da forte industrialização desta zona minhota, muitas vezes a nossa mentalidade formata-se numa pedagogia industrial, assente num binómio sequencial de “produção – facturação”. Porém, o evangelho, mediante três breves parábolas, atira-nos para uma outra pedagogia: a pedagogia agrícola, assente na sequência temporal de semear, regar, podar, deixar crescer e só depois colher os frutos», asseverou D. Jorge Ortiga.

O prelado aponta que se tratam de «duas maneiras totalmente diferentes de encarar a pastoral». Por um lado, uma «pastoral industrial do “fazer coisas”, fundada num tempo cronológico, na expetativa de colher rapidamente frutos logo após a fabricação. E por outro lado, uma pastoral mais de tipo agrícola do “contemplar as coisas”», que respeita os «ritmos da realidade».

Arquidiocese agradece aos Pais e Famílias dos novos Sacerdotes

O Arcebispo de Braga agradeceu ontem publicamente aos familiares e amigos dos quatro novos sacerdotes ordenados - Adão Ricardo, José Pedro, Nuno Jorge e Rui Manuel -, sobretudo aos seus pais pelos sacrifícios feitos ao longo dos últimos anos, para que aqueles candidatos ao sacerdócio pudessem concluir os estudos e serem ordenados padres.

Foi dado destaque ao facto dos pais do padre Rui Manuel, terem celebrado ontem 40 anos de matrimónio.

«Quero agradecer, publicamente, aos pais do Adão, do José Pedro, do Nuno e do Rui, o dom da vida e o investimento financeiro e humano que fizeram por eles», afirmou D. Jorge Ortiga. 

«A partir de hoje deixais de exercer a paternidade, mas não deixais de ser pais! Estou-vos inteiramente grato por entregares os vossos filhos a esta  causa  do Evangelho. Rezo por vós e por todas as famílias da Arquidiocese para que sejam um autêntico viveiro de vocações», concluiu.

Também os novos sacerdotes manifestaram gratidão às suas famílias, à diocese, às paróquias, afirmando terem um «coração agradecido».

DM 21 de Julho de 2014