Arquidiocese de Braga -

25 junho 2024

Crentes convidados a seguirem exemplo de humildade de S. João

Fotografia Francisco de Assis

Carla Esteves - DM

Francisco de Assis - DM

Milhares de pessoas participaram na Eucaristia, assistiram à procissão e à “batalha das flores”.

 

D. Delfim exalta autenticidade da missão de S. João enquanto exemplo para os crentes

O  Bispo Auxiliar de Braga, D. Delfim Gomes, afirmou ontem que o Dia de S. João é «um dia de alegria para a Igreja» e exaltou a vida e a mensagem de S. João Batista, que «arrastava multidões pela sua autenticidade e por viver de acordo com aquilo que pregava». Lembrando que «João veio para anunciar a chegada de Jesus», D. Delfim defendeu que «a missão de S. João deve ser um exemplo para todos os crentes, que devem preparar a vinda  do  Senhor, anunciar a Sua chegada, tal como o agricultor prepara o terreno» e assim «colocar ao serviço de Jesus as suas palavras a e sua vida».

D. Delfim Gomes falava durante a homilia da tradicional missa campal em honra de S. João, que ontem reuniu no Parque de S. João da Ponte, em Braga, autoridades civis e religiosas e uma imensidão de pessoas de todas as idades, que quiseram participar num dos mais solenes momentos das sanjoaninas bracarenses. Foi mais um momento para dignificar as festas da cidade, que têm a especificidade de aliar as vertentes religiosa e profana, numa verdadeira festa do povo e para o povo.

Dirigindo-se à multidão que o escutava, tentando abrigar-se do sol e das altas temperaturas que se faziam sentir já àquela hora da manhã, D. Delfim defendeu que «temos que viver vigilantes» e seguir o exemplo de S. João Batista, que usou sempre de sinceridade, autenticidade e humildade, sem nunca esconder que não era o Messias, que não era Elias, nem o Profeta, mas «apenas aquele que prepara o caminho do Senhor».

«S. João Batista só vem para dar testemunho da “luz” de Cristo e é isso que nós somos chamados a fazer: testemunhar o Senhor com palavras, atos e ações», argumentou 
D. Delfim Gomes, evidenciando a «enorme lição que S. João deu aos seus contemporâneos». Apontando S. João como «Profeta autêntico, que sabe qual é a sua missão», o Prelado referiu-se ainda ao percurso de vida deste santo tão querido dos bracarenses, enquanto «homem  da verdade», que soube deixar espaço para dar lugar ao Messias, e «é por todas estas razões que este é um dia de alegria para  Igreja».

Fotografia: DM

 

São João aclamado com flores e cânticos nas ruas de Braga à passagem da procissão 

São João voltou a sentir a sua popularidade por parte dos bracarenses, que ainda festejavam o S. João de 2024 e já sentiam saudades, a pensar nas sanjoaninas de 2025. Um carinho e devoção demonstradas pela “aclamação” ou “batalha das flores”, mas também pelas vivas e orações antes e durante a «soleníssima» procissão.

De facto, antes das 17h00, já havia dezenas de pessoas munidas de flores, prontas para serem atiradas ao andor de São João Batista, à sua passagem da igreja de São João do Souto para a Sé Catedral, de onde haveria de sair a procissão.

Este ano, uma vez que a rua da Senhora do Leite estava condicionada, a imagem veio pela rua de Janes, aumentando assim, o “campo” da batalha das flores desde o Largo do Paço até à igreja da Misericórdia. 

Assim, de um lado e do outro, foram atiradas três mil quilos de flores, deixando um tapete de flores e o espaço perfumado, num ambiente de muita alegria e animação.

Ao mesmo tempo, os populares iam soltando vivas ao “São João” ou ao S. Joãozinho. E aqui e ali ouviram-se frases como «Ai meu S. Joãozinho, até para o ano se Deus quiser»; ou São João, nos proteja de todo o mal».

Registo ainda para o momento da pausa, junto ao Orfeão de Braga, em que, além das flores, o hino de S. João é entoado a plenos pulmões e sentimento.

 

Arcebispo de Braga presidiu à procissão

Quanto à procissão propriamente dita, começou na Sé Catedral e foi presidida pelo Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro.

 Dez andores e centenas de figurantes compuseram o cortejo religioso.

Entre os andores, destaque para os Santos do mês de junho S. Pedro e Santo António, bem como S. Paulo, Nossa Senhora do Sameiro, Coração de Jesus,  e Senhora da Torres. As irmandades e movimentos paroquiais também ajudaram a compor a procissão, enfatizando  aspetos da vida dos santos, bem como lema do Ano Pastoral da Arquidiocese de Braga.

Como manda a tradição, na procissão foram também as autoridades da cidade, nomeadamente o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio,  vereadores, toda a comissão da Associação de Festas de São João, presidida por Firmino Marques, entre outras personalidades da cidade e do concelho, designadamente os presidentes das Juntas de Freguesia da cidade.

A despedida a São João,  foi feita na Sé, com atuação da Associação Cultural e Festiva Os Sinos da Sé. Depois, o andor regressou à igreja de S. João do Souto, com atuação da Rusga de S. Vicente e da Banda de Cabreiros.

Fotografia: Francisco de Assis