Arquidiocese de Braga -

23 dezembro 2024

Irmandade de São Pedro assinalou conclusão da primeira fase das obras de reabilitação da Basílica

Fotografia DR

A Irmandade de São Pedro assinalou no passado domingo a conclusão da primeira fase das obras de reabilitação na Basílica de São Pedro, no Toural, no Arciprestado de Guimarães-Vizela, nomeadamente o restabelecimento do funcionamento do relógio e dos sinos.

A intervenção iniciada a 2 de dezembro pela Irmandade do Príncipe dos Apóstolos São Pedro permitirá a recuperação do antigo mecanismo do relógio-carrilhão e a resolução de diversos problemas na torre e alçado sul/poente daquela que é a primeira igreja na Arquidiocese de Braga a receber o título de Basílica, concedido pelo Breve de Benedito XIV em 1751. A obra na Basílica foi viabilizada através do investimento da Irmandade do Príncipe dos Apóstolos São Pedro e do apoio da Câmara Municipal de Guimarães e de diversas entidades privadas.

A cerimónia contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, da vereadora Paula Oliveira, do vereador e deputado na Assembleia da República Ricardo Araújo e do Presidente da União de Freguesias de Oliveira do Castelo, São Paio e São Sebastião, Rui Porfírio.

Recorde-se que a intervenção na Basílica estava condicionada à remoção da máquina antiga do relógio da torre, equipamento da Câmara Municipal de Guimarães que, no âmbito da deliberação do executivo municipal, foi doado à Irmandade de São Pedro que o irá restaurar.

O plano de intervenção da Irmandade de São Pedro está dividido em três fases, a primeira das quais já concluída. Num primeiro momento procedeu-se à remoção da antiga máquina do relógio, à reparação dos mostradores e sinos e à limpeza/remoção de manchas da fachada. A segunda fase decorre atualmente no interior da torre contemplando, entre outros, a colocação de estruturas/plataformas intermédias de acesso para manutenção. Atendendo à acentuada degradação, estão a ser realizados trabalhos que não estavam inicialmente previstos mas que são considerados absolutamente imprescindíveis. A terceira fase prevê a recuperação e colocação em exposição do mecanismo do relógio-carrilhão, um equipamento de 1938, que ficará exposto no hall de acesso à torre. A Irmandade de São Pedro prevê concluir a segunda e terceira fases até ao final do mês de janeiro.

“O investimento na Basílica de São Pedro valoriza o património mundial de Guimarães. Era premente reabilitar a torre da Basílica. Este assunto arrastou-se ao longo dos anos, mas foi, finalmente, possível avançar após a decisão da autarquia quanto à máquina do relógio”, afirmou o Padre José Silvino, Juiz da Irmandade e Capelão da Basílica de São Pedro, salientando que “foi muito tempo de espera mas, finalmente, reuniram-se condições para “devolver” à comunidade e a quem nos visita o relógio em funcionamento”. 

O padre José Silvino salientou o esforço financeiro da Irmandade de São Pedro na intervenção que está em curso, ao mesmo tempo que agradeceu o apoio da Câmara Municipal e das entidades privadas e particulares que também auxiliaram o projeto.

“A Igreja edifício e a Igreja povo fazem parte da cultura da Cidade. Guimarães precisa da Basílica de São Pedro e a Basílica precisa de Guimarães, não podendo viver de costas voltadas”, destacou o padre José Silvino.

“Além do investimento que estamos a fazer na torre e no relógio, a Irmandade de São Pedro pretende avançar com outras intervenções de reabilitação, incluindo a iluminação interior e exterior da Basílica de São Pedro que, como se sabe, está integrada numa das principais praças de Guimarães, mas não tem uma iluminação compatível com a importância da Basílica e do espaço envolvente, classificado como Património Mundial pela Unesco”, referiu o Juiz da Irmandade e Capelão da Basílica de São Pedro.

Basílica de São Pedro

A Basílica de São Pedro – propriedade da Irmandade de São Pedro, fundada em 1616 - é um edifício de arquitetura neoclássica que começou a ser construído em 1737 e foi benzido em 1750. Em 1881, reiniciam-se as obras com a demolição das estruturas provisórias e das casas em frente ao corpo da igreja. Os trabalhos terminariam nos inícios do séc. XX, sendo apenas construída uma das duas torres previstas. 

A Irmandade do Príncipe dos Apóstolos São Pedro tem vindo a estudar a possibilidade de retomar as obras da Basílica através de uma edificação contemporânea com funções museológicas, entre outras, tendo para o efeito criado internamente um grupo de trabalho. Das possibilidades em estudo inclui-se a criação de um percurso que sirva como mote para um espaço imersivo onde se trate a relação religiosa e civil da Basílica com a cidade, promovendo-se nesse itinerário museológico a reutilização e fruição de todos os espaços da Basílica.

Recorde-se que a Basílica de São Pedro será Igreja Jubilar em 2025, depois de já ter recebido título idêntico em 2016. As Igrejas jubilares são as que têm uma “Porta Santa”, através da qual, por ocasião do Jubileu, se pode obter uma indulgência plenária.