Arquidiocese de Braga -
20 janeiro 2025
Peregrinação jubilar de Fafe reza pela paz e pela unidade dos cristãos
DM - Jorge Oliveira
A Sé de Braga acolheu ontem cerca de 700 fiéis naquela que foi a primeira peregrinação arciprestal à Catedral no contexto do Jubileu 2025, provenientes das diversas paróquias do Arciprestado de Fafe.
Presidida pelo Arcebispo Metropolita de Braga, D. José Cordeiro, esta peregrinação jubilar, que assinalou o início das peregrinações dos arciprestados, foi marcada por uma celebração mariana com o Hino do Akathistos, um cântico bizantino do século V, entoado de pé pelos fiéis, como antigamente.
No final do cântico, a assembleia uniu-se ao Arcebispo em orações pela paz, pela unidade dos cristãos, pelo Papa, pelos governantes, pelo arciprestado de Fafe, pelos viajantes, pelos doentes, pelos que sofrem, pelos reclusos, pelos idosos.
Na reflexão que fez após uma leitura bíblica, D. José sublinhou a importância da peregrinação e do Ano Santo como um tempo de renovação espiritual. “Estamos a comemorar os 2025 anos do mistério da Encarnação, e este Jubileu é o ano de graça do Senhor, um tempo para renovarmos a nossa fé, esperança e caridade”, disse o prelado.
Depois de recordar o milagre de Jesus nas bodas de Caná, ligando-o à temática do Jubileu como um momento de graça e transformação, D. José Cordeiro aludiu para a importância dos cristãos celebrarem o batismo e a sua identidade cristã durante este ano jubilar. Neste contexto, convidou os peregrinos a comemorarem o aniversário do seu batismo no local onde receberam este sacramento.
O próprio Arcebispo, segundo revelou, irá celebrar este ano o dia do seu batizado em Angola, país onde nasceu, quando se deslocar a Huambo para participar na comemoração dos 50 anos desta Diocese. Depois da abertura do ano santo jubilar, que aconteceu em Roma, na noite de Natal, com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, pelo Papa Francisco, e no domingo seguinte em todas as dioceses do mundo, a Sé de Braga acolheu ontem a primeira peregrinação arciprestal no âmbito do Ano Santo com a participação do Arciprestado de Fafe, associando-se também o presidente da Câmara de Fafe, Antero Barbosa.
Durante a entoação do Hino Akathistos, um cântico de louvor a Maria, D. José incensou 24 vezes a imagem de Jesus Cristo e a de Nossa Senhora, a Virgem Santa Maria de Braga, que é a patrona da catedral.
Depois do canto do Aleluia, incensou por três vezes a cruz jubilar, que foi usada no dia 29 de dezembro, na abertura do Ano Jubilar, e que fica na Sé durante todo o ano santo jubilar.
“É uma cruz florida, é a cruz da Páscoa, a cruz do compasso pascal, a cruz que vai às nossas casas, a cruz que é a nossa esperança, é a nossa salvação”, referiu.
Na sua alocução, o Arcebispo destacou a importância da unidade na Igreja e convidou a rezar pela paz, pela união dos cristãos, pelo Papa, pelos governantes, pelos doentes e por todos os que sofrem.
“Estamos em plena semana de oração pela unidade dos cristãos e este canto do Akathistos serve também para que a todos nos una, no nome de Jesus Cristo, para que, segundo a vontade de Deus, essa unidade aconteça mais visivelmente nos dias de hoje. Ao mesmo tempo que nos unimos também ao Papa Francisco, e rezarmos pela paz e por todos os desafios da Igreja nos tempos de mudança e de mudanças tão rápidas em que vivemos hoje”, acrescentou.
Arciprestado de Fafe “reforçado” em alegria e esperança
O Arcipreste de Fafe expressou o seu regozijo pela participação massiva de fiéis na peregrinação jubilar de Fafe à Sé de Braga, considerando sai “mais reforçado” para “viver cada dia do ano jubilar com a alegria e a esperança fundada em Jesus Cristo”.
“Queremos viver intensamente este ano Santo. E é com gosto que iniciámos esta grande peregrinação, que abre as peregrinações que todos os arciprestados vão realizar ao longo de 2025 à Catedral”, disse o padre José António Carneiro.
O padre José António Carneiro destacou a “boa articulação” entre os padres e as paróquias de Fafe, o que permitiu motivar os fiéis a participar na celebração, para a qual foi escolhido uma cântico em honra de Nossa Senhora, o Hino do Akathistos, de origem bizantina.
“Parece-nos uma forma muito oportuna de começar, confiando-nos à Mãe que nos deu Jesus, e acreditamos que, ao iniciar este caminho jubilar, vamos ser fortalecidos espiritualmente”, disse o sacerdote.
Além de uma celebração penitencial preparatória da vinda à catedral, o Arciprestado promoveu a realização de uma conversa online para explicar o significado do jubileu e da indulgência plenária associada à peregrinação.
“Felizmente, conseguimos, com a colaboração de todos, motivar as pessoas a virem neste mês de janeiro”, acrescentou o arcipreste.
Depois desta peregrinação, o Arciprestado de Fafe continuará focado no Ano Santo, associando-se à programação geral do Jubileu, tanto na Arquidiocese como a nível internacional, principalmente em Roma, onde haverá o Jubileu dos Jovens com a canonização do Beato Carlo Acutis, uma peregrinação que contará com a participação de uma paróquia de Fafe.
“O jubileu será celebrado durante todo o ano, e todas as pessoas, independentemente da sua paróquia, poderão participar nas várias propostas da Arquidiocese, incluindo as peregrinações jubilares dos arciprestados à Sé de Braga”, explicou.
Para o padre José António Carneiro, a peregrinação de ontem representou um passo importante na vivência do Ano Jubilar no Arciprestado de Fafe. “Saímos daqui mais enriquecidos e mais motivados. O nosso propósito é viver este ano jubilar com a alegria e a esperança fundada em Jesus Cristo”, concluiu.
Além dos peregrinos transportados de autocarro e automóveis, de Fafe vieram mais de duas dezenas de motards ligados à Asfalto Friends, uma associação federada de motociclistas, os quais foram recebidos e saudados pelo Arcebispo à entrada da Sé, antes da celebração.
“Estamos aqui com todo o gosto e não vieram mais motociclistas por causa da chuva. A maioria do grupo é católica”, referiu a presidente da associação, Fernanda Mendes.
No final da celebração, os peregrinos tiveram oportunidade de visitar gratuitamente a Sé, nomeadamente as capelas dos Reis, as capelas de N.S. da Glória e da Piedade, o Coro Alto e o Tesouro-Museu.
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