Arquidiocese de Braga -
14 abril 2025
Procissão dos Passos deixa alerta para egoísmo e defeitos da humanidade

DM - Rita Cunha
A Procissão dos Passos que saiu na tarde de ontem às ruas de Braga, presidida pelo Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, ficou marcada por um alerta para o egoísmo e defeitos da humanidade, numa espécie de réplica do que aconteceu no tempo de Jesus. mostrando que a ingratidão, o ódio, a inveja, os ciúmes e a falta de bons costumes não ficaram enterrados, mas antes ressuscitaram.
No Sermão do Encontro, onde os presentes assistiram ao comovente encontro de Jesus com sua Mãe Dolorosa, a Senhora das Dores, o cónego José Paulo Abreu recordou aqueles que se cruzaram com Jesus e todo o peso por eles causado na Cruz carregada aos ombros em direção ao calvário.
Desde Adão e Eva até Caim, não esquecendo Pilatos, Moisés, Noé, Judas, Herodes e tantos outros, o cónego José Paulo Abreu remeteu para a atualidade todos os seus pecados e defeitos, ainda tão presentes nos homens e mulheres de hoje.
“Também nós não conseguimos obedecer, não fazemos o que Deus determina (...). Tantas vezes somos agressivos uns com os outros (...). Tanta devassidão, falta de bons costumes e virtudes”, disse, condenando, ainda, a sede de poder, a “mania da grandeza e de superioridade”, as vezes em que Deus não é visto como prioridade. “Temos tempo para o futebol, com prolongamento e penalidades, mas não temos tempo para Ele”, lamentou.
“Os defeitos da humanidade tendem a se perpetuar”, disse, lamentando a “ingratidão” e “indiferença” perante Deus. “Quantas coisas Deus nos dá todos os dias. Como é possível esta ingratidão?”, questionou.
O cónego remeteu ainda para os desrespeitos humanos que assolam a sociedade e perante os quais “ficamos a meia haste”. “Não queremos assumir atitudes, mas estar confortáveis”, vincou, sublinhando que “o que pesa nesta Cruz que Jesus carrega somos todos nós, com os nossos defeitos e limitações, os pecados de outrora e os de hoje”.
Do outro lado da balança, lembrou Verónica, as mulheres de Jerusalém e, claro, a sua mãe Maria, como aquelas que o acompanharam e lhe limparam o rosto, exemplos de compaixão.
Termina fazendo alguns pedidos a Jesus. Primeiramente, o retorno daqueles que o têm esquecido. “Temos muitos batizados a ficar pagãos e é preciso iniciar o caminho do retorno”, referiu.
Seguidamente, pediu o fim da guerra. “Chega de tanta maldade e destruição, de tanto desmando de quem governa o mundo. Queremos o dom da paz”, disse, pedindo ainda “esperança para toda a gente que anda desesperada”. Por fim, “que a pobreza – que cresce de forma absurda – possa ser erradicada”. “Que quem manda procure o bem da humanidade que governa e não o seu”, desejou.
Partilhar