Arquidiocese de Braga -
17 novembro 2025
D. José Cordeiro apelou à caridade e ao amor no Dia Mundial dos Pobres
Rita Cunha - DM
Igreja de Dume acolheu as relíquias dos quatro bispos santos da Arquidiocese
Domingo, Dia Mundial dos Pobres, o Arcebispo de Braga lembrou a urgência da caridade, intimamente relacionada com a fé e a esperança. «Que sejamos continuadores do que Jesus veio realizar, que é anunciar a boa nova aos pobres, a libertação dos cativos, dar alegria aos que sofrem», disse, este domingo, na celebração da eucaristia na paróquia de Dume, marcada pela bênção das relíquias dos quatro santos de Dume – S. Martinho, S. Frutuoso, S. Félix Torcato e S. Rosendo –, posteriormente colocadas no relicário.
Na celebração, D. José Cordeiro salientou que «ninguém está dispensado» da caridade, sendo que esta faz parte da própria natureza da Igreja. «Sem caridade não há Igreja. E a caridade está intimamente relacionada com a fé e com a esperança. São três irmãs gémeas que não podem viver umas sem as outras», disse. Referindo-se em particular à Cáritas Arquidiocesana de Braga, que se fez representar nesta eucaristia pela sua presidente e outros elementos, o Prelado enalteceu a sua missão enquanto «rosto da caridade» na Arquidiocese, a par de outras instituições como as Santas Casas da Misericórdia, os Centros Sociais Paroquiais ou as Conferências Vicentinas.
D. José Cordeiro dedicou parte da homilia ao amor e à sua magnitude: «no fim seremos julgados pelo amor que derramamos nos corações dos outros», disse. Porém, alertou que «ninguém ama se não for amado» e que «só ama quem se sente amado e perdoado». «Só quando fazemos essa experiência do amor na família, nos amigos, nas pessoas que nos querem bem, nas pessoas que vivem esta gratuitidade do coração é que nós podemos amar. E se o fazemos por algum interesse, por algum exercício de filantropia ou de solidariedade, depressa nos cansaremos. Depressa nos cansamos se não vivermos dessa fonte maior, que é o coração de Jesus, o coração de Deus. Por isso esta intuição profética que o Papa Francisco teve de criar há nove anos, o Dia Mundial dos Pobres, é para dizer que os pobres são da nossa casa, da nossa família, são irmãos e irmãs», vincou.
O Arcebispo de Braga lembrou ainda que «quando falamos e servimos a pobreza na igreja é uma questão de dignidade da pessoa humana», uma responsabilidade que cabe a todos. «Não é uma questão de dar migalhas de pão, de dar algumas esmolas. Também isso é importante, mas não basta», salientou.
Este domingo, pela primeira vez na história, juntaram-se na Igreja de Dume as relíquias dos corpos dos quatro bispos santos de Dume. No final da eucaristia, as mesmas foram colocadas no relicário junto ao monumento aos bispos de Dume, que constam do Próprio de Braga.
Os relicários foram oferecidos pelas Fundações D. Manuel II e Oureana, presididas pelo Duque de Bragança, D. Duarte Pio. Como não existia relíquia de S. Rosendo na Arquidiocese, a mesma foi pedida à Diocese de Orense e doada no passado dia 12 deste mês. Para retribuir a generosidade, o Arcebispo de Braga ofereceu para à Diocese de Orense um relicário com uma relíquia de osso de São Martinho de Dume, que era há muito tempo desejada pela referida Diocese, segundo explicou Carlos Evaristo. Já as relíquias de São Félix Torcato foram obtidas através da Fundação do Duque de Bragança. Valorizar o património espiritual destes quatro bispos santos, recordando o seu o exemplo de santidade, as suas obras e os seus escritos, é o propósito.
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