Arquidiocese de Braga -
6 março 2017
Papa critica “jejum hipócrita” de quem não olha para o próximo

O Santo Padre convida à prática do "verdadeiro jejum", que não aceita gratificações e se debruça sobre o outro.
O Papa Francisco criticou a “falsa religiosidade” e o “jejum hipócrita”, cujo único objectivo é a exibição, e apelou ao “verdadeiro jejum”, que passa por um “coração penitente”, atento ao próximo.
Aqueles que fazem jejum mas cometem injustiças, ou alinham em “negócios sujos”, defende o Papa, não fazem um jejum verdadeiro. Durante a homilia na missa celebrada na passada Sexta-feira, o Santo Padre debruçou-se, por isso, sobre o “verdadeiro jejum, agradável a Deus” a que os cristãos são convidados durante a Quaresma.
“O outro é o jejum “hipócrita” – é a palavra que Jesus tanto usa – é um jejum para se mostrar ou para se sentir justo, enquanto cometem injustiças, não são justos, exploram as pessoas”, referiu o Santo Padre.
O Sumo Pontífice alertou para alguns exemplos deste “falso jejum”: “Nós também fazemos o mesmo quando não pagamos o que é justo à nossa gente. Quando tiramos uma gratificação das nossas penitências, dos nossos gestos, do jejum, das esmolas. Aí estamos a aceitar o suborno da vaidade, de nos mostrarmos. Isso não é autenticidade, é hipocrisia”.
O verdadeiro jejum, crê o Santo Padre, é discreto e não procura reconhecimento. “Jesus diz: «Quando rezares, entra no teu quarto, fecha a porta; quando deres esmola, não faças soar a trombeta, quando jejuares, não fiques triste». É o mesmo que dizer: «Por favor, quando fizeres uma boa obra não aceites gratificação por essa boa obra, é somente para o Pai»”, lembrou.
Para Francisco, é essencial reflectir sobre a forma como se encara este tempo. “Pensemos, em nosso coração, como nós jejuamos, rezamos, damos esmolas. Vai também ajudar-nos nesta reflexão, pensarmos no que sente um homem depois de um jantar que custou 200 euros, por exemplo, e volta para casa, vê um faminto, não olha para ele e continua a caminhar”, acrescentou o Papa.
Partilhar