Arquidiocese de Braga -

17 fevereiro 2020

Nova Ágora 2020 promove diálogo e conhecimento

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DACS | Fotografia: Avelino Lima / DM

Conferências acontecem a 13, 20 e 27 de Março. "A exigência de uma Conversão Ecológica", "Medicina e Saúde, à luz da Genética" e "Precariado: Novas explorações laborais" são os temas de 2020. Inscrições em www.novaagora.pt

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A VI edição da Nova Ágora está quase a chegar!

O primeiro encontro será no dia 13 de Março, com o tema “A Agonia do Planeta: a exigência de uma Conversão Ecológica”. Bagão Félix, Economista e Professor universitário, Domingos Xavier Viegas, Professor universitário e Orfeu Bertolami, também Professor universitário, são os oradores convidados. O encontro é moderado por Isabel Varanda, Professora universitária.

A segunda sessão decorre na sexta-feira seguinte, 20 de Março, subordinada ao tema “Medicina e Saúde, à luz da Genética”. Sobem ao palco Fernando Regateiro, Médico e Professor , universitário, Cecília Leão, Professora universitária, e Miguel Oliveira, Médico e Professor universitário. A moderação está a cargo de Helena Machado, Presidente do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho.

O terceiro e último encontro deste ano acontece no dia 27 de Março e debate o “Precariado: Novas explorações laborais”. Ana Mendes Godinho, Ministra do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, José António Pereirinha, Economista e Professor universitário emérito, e Paulo Granjo, Professor universitário, lançam novas luzes sobre o tema. Emília Araújo, Professora universitária, modera a conversa.

Todas as conferências decorrem no Espaço Vita, pelas 21h00, e a entrada é gratuita, mas está sujeita a inscrição em www.novaagora.pt.

Para os professores que assim o desejarem, as sessões serão acreditadas, responsabilidade exclusiva da Universidade Católica Portuguesa. Será necessário assinalar essa opção no formulário disponibilizado durante a inscrição e validar a entrada  no auditório a cada conferência. A acreditação só será atribuída aos professores que participarem nas três sessões. Para mais informações relacionadas com o processo de acreditação, encontra-se disponível o e-mail [email protected].

 

Dialogar e abrir horizontes, trabalhando a interioridade

Decorreu hoje, pelas 10h30, no Espaço Vita, em Braga, a apresentação do novo ciclo de conferências “Nova Ágora – Olhares sobre…”. O Pe. Paulo Terroso, Director do Departamento de Comunicação da Arquidiocese de Braga, começou por sublinhar que, apesar de parecer que ainda foi ontem que começou, a Nova Ágora já tem seis anos, tendo iniciado em 2015 e abordando sempre temas da actualidade.

"É um espaço plural, não reservado unicamente a crentes. A Igreja tem as portas abertas e abre-se sempre ao diálogo com o mundo. Não vive fechada no seu espaço, mas sim sempre em construção do bem comum", explicou.

O responsável disse mesmo que a Nova Ágora tem como objectivo ser participativa e que há muita abertura da Igreja ao mundo, questionando, no entanto, se o contrário também acontecerá. "A Igreja também é chamada a participar e a dar o seu contributo à sociedade civil?", perguntou.

O Pe. Eduardo Duque, coordenador da Nova Ágora, manifestou a sua alegria por mais um encontro destes, que corresponde ao desejo de o Arcebispo Primaz colocar a Igreja em diálogo com a cultura contemporânea.

"Este encontro tem por base o respeito pela opinião de cada um, porque o que importa é perceber que em cada pessoa, se honesta, há um fundo de verdade e uma ânsia de unidade, que é comum à natureza de todos os seres humanos, pelo que este pode ser o caminho de uma abertura recíproca e a um intercâmbio fecundo", afirmou.

O responsável explicou ainda que os ecos que têm chegado à organização sobre o evento ao longo dos anos indicam que a Nova Ágora tem ajudado o público a abrir horizontes, a ultrapassar preconceitos e a apreciar o diferente, conduzindo à construção de uma sociedade mais justa e com mais valores.

"Num tempo em que as fake news invadem os nossos canais televisivos e até a nossa privacidade, ficamos sem capacidade de discernir e, naturalmente, a nossa liberdade está posta em causa. É preciso, portanto, dialogar melhor com esta cultura, levar-lhe a verdade das coisas, falar-lhe da grandeza da pessoa, da beleza das coisas simples, da riqueza da transcendência", sublinhou. 

"Sei que iremos continuar a semear e o fermento do Evangelho, por pequeno e insignificante que pareça, não deixará de dizer a católicos e não católicos que partilhamos as mesmas alegrias da conquista humana, assim como as mesmas dúvidas e perplexidades que tantos dramas e problemas suscitam."

D. Jorge Ortiga

O sacerdote explicou que é precisamente esse o propósito de serem convidados conferencistas diversos, com variadas perspectivas sobre um mesmo assunto, já que é na diversidade que se pode encontrar a comunidade, uma opção que o Pe. Eduardo Duque apelidou de "potencialmente revolucionária".

"É importante cultivar a atitude de diálogo para fazer avançar a sociedade. Saibamos que nenhuma instituição sobrevive hoje fechada no seu mundo. Às vezes há pessoas que estão muito distantes da Igreja e, quando começamos a dialogar, trabalham-se os afectos e as relações, formando-se comunidade", concluiu.

O Pe. Eduardo Duque afirmou ainda que as três temáticas deste ano ajudam à reflexão sobre o Estado Social e obrigam à procura de melhores condições de vida para as pessoas. Realçou, no entanto, que não adianta trabalhar os três assuntos se a interioridade das pessoas não for de igual modo trabalhada.

 

Nova Ágora é promoção de conhecimento e diálogo

O Arcebispo Primaz começou por relembrar a sua Mensagem para a Quaresma, apontando o tríptico evidenciado na altura: conhecimento, radicalidade, Profecia. 

"Para que seja Profecia e mostre radicalidade, a Igreja, nos cristãos, necessita de optar pelo conhecimento. Se sugeri, durante a Quaresma, a leitura da Sagrada Escritura e de um bom livro, acrescento a necessidade de participar em momentos de reflexão onde a fé se confronte com a problemática existencial", afirmou.

Relembrando o espírito das Conferências Quaresmais proferidas pelo Arcebispo que a Nova Ágora tem como objectivo substituir, o prelado indicou que a aposta neste novo modelo se prende com uma Igreja mais aberta, que dialoga acolhendo a diversidade de pensamentos e numa linguagem acessível.

"Estamos a concretizar o que o Papa Francisco apelida de cultura do encontro. Queremos um diálogo sem reservas, nunca numa atitude táctica, mas como constitutivo de um novo modo de ser Igreja que faz uma experiência sincera da profundidade da sua verdade, aprofundando os seus verdadeiros significados e as suas diferentes implicações práticas", explicou.

Promover conhecimento é, segundo o Arcebispo, a grande missão da Nova Ágora, de modo a que a voz da Igreja seja profética em todos os lugares. O evento também poderá ajudar a Arquidiocese a concretizar o seu programa pastoral, “Levantar-se e semear esperança”.

"Sei que iremos continuar a semear e o fermento do Evangelho, por pequeno e insignificante que pareça, não deixará de dizer a católicos e não católicos que partilhamos as mesmas alegrias da conquista humana, assim como as mesmas dúvidas e perplexidades que tantos dramas e problemas suscitam", disse.

D. Jorge Ortiga afirmou ainda que o pensamento próprio que caracteriza e distingue a Igreja, mostrando assim a sua originalidade, é o mesmo que dá sentido a "tantas vidas perdidas no meio da confusão". 



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