Arquidiocese de Braga -

28 setembro 2020

Papa questiona religiosidade de “fachada”

Fotografia

DACS com Agência Ecclesia

Francisco avisou que esta religiosidade de “fachada” serve também como justificação para quem se quer afastar da Igreja.

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O Papa Francisco questionou este domingo o que denominou como “religiosidade de fachada”, pedindo um compromisso “concreto” dos católicos na vivência da sua fé.

“Jesus quer superar uma religião entendida apenas como prática externa e habitual, que não incide sobre a vida e as atitudes das pessoas. Uma religiosidade superficial, apenas ‘ritual’, no mau sentido da palavra”, afirmou perante centenas de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para a recitação do ângelus, apesar da chuva.

O Papa começou por brincar com as condições meteorológicas, com um ditado argentino – “ao mau tempo, boa cara” -, antes de reflectir sobre a passagem do Evangelho que foi lida nas celebrações da Eucaristia deste domingo.

“O Evangelho de hoje questiona o modo de viver a vida cristã, que não é feita de sonhos nem de belas aspirações, mas de compromissos concretos, para nos abrirmos cada vez mais à vontade de Deus e ao amor pelos irmãos”, indicou.

Francisco avisou que esta religiosidade de “fachada” serve também como justificação para quem se quer afastar da Igreja, convidando todos, pelo contrário, a uma mudança de vida.

“Jesus não aponta os publicanos e as prostitutas como modelos de vida, mas como ‘privilegiados pela graça’. Gostaria de sublinhar esta palavra, graça, a graça, porque a conversão é sempre uma graça, que Deus oferece a quem se abre e se converte a Ele”, observou.

Esta transformação, explicou o Papa, exige um processo de purificação, “doloroso”, que implica renúncias e “combate espiritual”.

“Mesmo o menor compromisso concreto não se pode fazer sem a graça. A conversão é uma graça que temos de pedir sempre”, concluiu.