Arquidiocese de Braga -

No próximo domingo, dia 15 de setembro, os monges de Cister vão regressar, por umas horas, ao santuário de Nossa Senhora da Abadia.

A partir das 16h30, a ordem religiosa que esteve na origem deste santuário localizado no arciprestado de Amares, vai cantar a oração de vésperas, através do canto gregoriano, seguindo-se uma Eucaristia.

O Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, faz questão de se associar a esta iniciativa presidindo às celebrações. O prelado bracarense apela aos cristãos da Arquidiocese para participarem nesta cerimónia rodeada de particular simbolismo, pelo facto dos cistercienses terem tido uma particular influência cultural nesta região.

Presentes nesta celebração vão estar os Abades dos mosteiros cistercienses de St. Isidro de Dueñas e de Oseira, em Espanha, que vão ser acompanhados de alguns monges.

A cerimónia vai terminar com o canto de Magnificat, disponibilizando-se então, o Abade de St. Isidro de Dueñas, D.Juan Javier, para momentos de colóquio com os participantes.

Esta iniciativa é organizada conjuntamente pela Associação Portuguesa de Cister (APOC), que realizará também a sua Assembleia Geral nesta data e local.

Os dirigentes da APOC associam-se «com alegria a este evento, mantendo, num país outrora povoado de mosteiros e monges de Cister, uma chama acesa de espiritualidade cisterciense».

Ordem religiosa presente na fundação de Portugal

Recorde-se que a Ordem de Cister deteve grande influência no atual território da Arquidiocese de Braga, onde eram detentores do mosteiro de Santa Maria de Bouro, que veio a dar origem ao santuário de Nossa Senhora da Abadia, o mais antigo de Portugal.

A Ordem de Cister nasceu em França por iniciativa de Robert de Molesme no final do século XI.

O objetivo era viver de uma forma mais depurada a regra de São Bento, por ser considerada a que mais se aproximava de Deus.

São Bernardo de Claraval foi o grande impulsionador da Ordem de Cister quando assumiu o respectivo Abaciato-Geral, de tal forma que à data da sua morte, em 1153, a Ordem detinha 351 mosteiros espalhados por toda a Europa.

Implantada em Portugal desde o século XII, a Ordem de Cister foi fundamental no início da nossa nacionalidade, conhecendo-se uma proximidade significativa entre S. Bernardo e o nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques.

Estendendo progressivamente os seus mosteiros nas regiões centro e norte, graças à especial protecção régia, os monges contribuíram de forma decisiva para a colonização e desenvolvimento das vastas áreas que ocuparam. Os cistercienses foram ainda determinantes na utilização de técnicas agrícolas inovadoras e também numa maior eficácia na utilização do espaço.