Arquidiocese de Braga -
27 março 2014
D. JORGE ORTIGA CONVIDA OS FIÉIS A PREPARAREM-SE PARA A CONFISSÃO
«O Sacramento da Reconciliação é uma graça grande e profunda para uma humanidade diferente na relação com os outros». O Arcebispo de Braga desafiou, ontem, os cristãos a prepararem-se devidamente para o Sacramento da Reconciliação, fazendo diariamente um
O Arcebispo de Braga desafiou, ontem, os cristãos a prepararem-se devidamente para o Sacramento da Reconciliação, fazendo diariamente um exame de autoconsciência.
D. Jorge Ortiga deixou este convite na conferência quaresmal que proferiu, à noite, na Basílica dos Congregados, em Braga, a segunda de quatro anunciadas para ajudar os crentes neste período de preparação para a Páscoa.
«Neste tempo de relativismo e ao mesmo tempo de perda da consciência do pecado, é urgente que nós, os cristãos, saibamos que é imperioso entrar dentro de nós mesmos, sabendo que há muito medo de o fazer, que há falta de tempo para interiorizar e há uma pressão do exterior», afirmou o prelado.
O Arcebispo sublinhou esta necessidade dos cristãos «entrarem no seu íntimo», no sentido de uma preparação, para depois poderem celebrar o encontro com Deus na Confissão dos seus pecados.
Este gesto de redenção, disse, «pode e deve produzir efeitos essenciais» para a pessoa e também para a sociedade. «Este Sacramento leva-nos a reconstruir uma amizade perfeita com Deus, fazendo com que a paz e a tranquilidade possa voltar, e muitas vezes há até uma certa consolação interior inspiradora de muitas ações na vida», explicou D. Jorge Ortiga.
A Confissão leva, por outro lado, continuou o prelado, a uma «reconciliação com a própria Igreja, uma vez que o pecado não tem apenas uma dimensão pessoal, mas tem também uma dimensão comunitária, uma vez que ele abala ou é capaz até mesmo de romper a comunhão fraterna desta comunidade».
Assim, não só no período quaresmal, mas durante todo o ano, D. Jorge espera que os fiéis encontrem tempo e parem um momento para entrar na sua própria consciência e façam, primeiro, uma reconciliação consigo, e depois uma reconciliação com os outros, de maneira a «recuperarem a serenidade e a coragem para poderem ver o mundo novo».
«Num mundo dividido, se surgirem pessoas verdadeiramente reconciliadas consigo, esta concórdia, esta harmonia acontece», disse o Arcebispo nesta sua reflexão, convidando os fiéis a ouvir o Profeta Joel que, perante uma «situação de um país que era caótica e estava a chegar às últimas consequências», sugeria às pessoas que reexaminassem os seus projetos e as suas opções, voltando-se para Deus.
Neste diálogo de proximidade com os fiéis, o prelado insistiu que para haver uma verdadeira reconcialiação o cristão deve pensar e questionar--se sobre as suas faltas, para «não se ficar numa simples declaração de pecados», e deve reconciliar em casa, no trabalho e na sociedade.
«O exame de consciência deveria ser feito não apenas no momento da reconciliação, mas devia ser feito quotidianamente, por ventura à noite, para ver o que é que esteve bem e o que é que esteve mal, para que no dia seguinte as tais atitudes e opções possam efetivamente ser diferentes», sugeriu.
Neste tempo de dificuldades, em que muitas pessoas andam com «semblante carregado, deprimidas, algumas quase sem razão para viver, e em que as pressões acontecem com muita frequência», D. Jorge lembra que «Deus é piedade e compaixão, é capaz de compreender e de compadecer, sofrer connosco».
A primeira conferência teve lugar na Sé Catedral e versou sobre o Batismo. Os temas foram sugeridos pelos párocos no âmbito do programa pastoral da Arquidiocese.
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