Arquidiocese de Braga -

9 julho 2014

D. JORGE ORTIGA INAUGURA RESTAURO DA IGREJA DE BEIRIZ

Fotografia

O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, inaugura no próximo domingo, dia 13 de julho, as obras de restauro levadas a cabo na igreja paroquial de Beiriz, no concelho da Póvoa de Varzim. O prelado vai presidir, a partir das 10h30, à celebração da Eucaristia,

\n

O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, inaugura no próximo domingo, dia 13 de julho, as obras de restauro levadas a cabo na igreja paroquial de Beiriz, no concelho da Póvoa de Varzim.

O prelado vai presidir, a partir das 10h30, à celebração da Eucaristia, marcando, assim, o fim de um conjunto de obras realizadas no templo, na sequência da destruição de uma das torres sineiras causada por um raio no dia 29 de novembro de 2008.

Segundo o pároco de Beiriz, esta cerimónia é o culminar de quase cinco anos e meio de obras desde que ocorreu o acidente que danificou a estrutura do templo.

«O raio danificou uma parte da torre e, com o desabar das pedras, ficou destruido todo o teto e o soalho do coro. A porta principal ficou praticamente bloqueada. Com o disparo do raio também ficaram queimadas a instalação elétrica e a aparelhagem de som. A igreja praticamente ficou toda danificada. Não houve nada que não tivesse que ser agora restaurado e retocado», afirma o padre Delfim Pinto Coelho.

No fundo, salienta o sacerdote, os trabalhos, que agora chegam ao fim, representam um investimento de cerca de 730 mil euros. Ou seja, um grande esforço por parte de toda a comunidade paroquial de Beiriz.

O padre Delfim Pinto Coelho faz questão de sublinhar a generosidade dos seus paroquianos, que se organizaram em várias iniciativas para arranjar as verbas para pagar as obras. Entre elas, os cortejos de oferendas, que contribuíram para a angariação de uma parte do dinheiro.

Contudo, o sacerdote também não esquece as outras entidades que também generosamente concretizaram as suas doações e, desta forma, ajudaram a paróquia de Beiriz a enfrentar este grande investimento.

«Nós tivemos apoios de algumas instituições, como a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e a própria Arquidiocese de Braga. Nós tivemos também contributos de instituições daqui dos concelhos da Póvoa do Varzim e Vila do Conde, como a Junta de Freguesia, e de algumas entidades desta povoação. Mas, a grande fatia veio, sem dúvida, do povo de Beiriz, quer dos que vivem cá, quer dos emigrantes, que também se juntaram a nós durante estes cinco anos», realça o pároco.

E entre os donativos que vieram do estrangeiro para ajudar a pagar as obras da igreja proquial de Beiriz, o padre Delfim Pinto Coelho lembra, particularmente um.

«Um grupo de emigrantes em Londres, com algumas famílias daqui da zona da Póvoa de Varzim, fizeram um convívio num sábado à noite, em que o pároco inglês cedeu as instalações da comunidade inglesa para que os portugueses fizessem o convívio, com esta finalidade de se juntarem nós, com algum donativo. Na altura eles fizeram mais de quatro mil euros, que fizeram questão de nos entregar pessoalmente por uma das pessoas responsáveis pela organização desse convívio realizado em Londres. Foi um gesto muito bonito», salienta o padre Delfim Pinto Coelho.

No fundo, salienta o sacerdote, houve um empenho por parte de todos para a concretização das obras que agora chegaram ao fim.

Templo começou a ser construído na segunda metade do século XX

A primeira comissão de obras para a construção da atual igreja matriz de Beiriz foi constituída em 1863. Coube a este grupo de homens realizar a primeira campanha de angariação de verbas e tratar das licenças, nomeadamente a autorização do Governador Civil. 

Sem registo de quando terá acontecido o lançamento da primeira pedra, sabe-se que as primeiras escavações aconteceram em finais de 1865. Entretanto, as obras que, apesar de alguma lentidão, corriam bem, terão sido interrompidas, não por falta de verbas, mas pela demissão do presidente da Comissão de Obras, Manuel Gonçalves de Oliveira “Geraldo”, o mesmo que oferecera o terreno para a construção.

Entretanto, seguiram-se alterações à planta original e, com a nova comissão os projeto prosseguiu, sem, entanto, algumas contrariedades. Logo no primeiro pagamento, as verbas angariadas junto da população não foram suficientes, pelo que os pedreiros ameaçaram parar. Salvou a situação Manuel Francisco de Calvos, que adiantou 40 mil reis, esperando pelos subscritores “brasileiros”. Na 4.ª prestação houve novas dificuldades de pagamento, valendo o abade de Palme.

Com donativos vindos do Brasil, a cobertura da igreja ficou concluída em 1869, registando-se nova paragem por falta de verbas. Felizmente, em maio de 1870, a família Brandão ofereceu uma quantia generosa que permitiu concluir os trabalhos.

Não se conhece o dia em concreto, mas sabe-se que em janeito de 1872 o abade de Palme deslocou-se a Beiriz para benzer o novo templo.

DM 9 de Julho de 2014