Arquidiocese de Braga -
4 dezembro 2022
Ordenação Episcopal D. Delfim Gomes: Mensagem por ocasião da ordenação
Ordenação Episcopal D. Delfim Gomes
No passado dia 7 de outubro, dia da Dedicação da nossa catedral e Memória de Nossa Senhora do Rosário, o Papa Francisco surpreendeu-me nomeando-me Bispo titular de Dume e auxiliar da Arquidiocese de Braga.
O Bispo é um homem que vive a esperança procurando iluminar o mundo com o projeto de Jesus e que procura no mundo caminhos de construção da Civilização do Amor, para assim dar conteúdo à esperança. Hoje, mais do que nunca, a Igreja precisa desta esperança. Para nós, cristãos, a nossa esperança é Cristo. Ele nos dará a força e a coragem para orientar o nosso agir e vencer o medo. “Devemos aprender a não ter medo, recuperando um espírito de esperança e confiança.” (1)
A Sua mensagem ilumina o nosso caminho e incentiva-nos e seguir em frente. Pois sabemos que só “Tu és a nossa esperança”. (2) O Papa Francisco convida-nos, também, à esperança e fala-nos “duma sede, duma aspiração, dum anseio de plenitude, de vida bem-sucedida, de querer agarrar o que é grande, o que enche o coração e eleva o espírito para coisas grandes como a verdade, a bondade e a beleza, a justiça e o amor.” (3)
O Bispo deve refletir, no múnus episcopal, a eclesiologia de comunhão e missão, sendo aquele que melhor serve, porque a sua vida é um serviço ao povo santo de Deus.
Assim se refere a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Pastores Gregis: “Um Bispo só pode considerar-se verdadeiro ministro da comunhão e da esperança para o povo santo de Deus quando caminhar na presença do Senhor. Na realidade, não é possível estar ao serviço dos homens, sem primeiro serem “servos de Deus”. E não podem ser servos de Deus, se não forem “homens de Deus.” (4)
No tempo que nos é dado viver, em que se desespera e o horizonte é sombrio, esta minha mensagem é profundamente marcada pela esperança que, aliada ao lema episcopal que escolhi “É DANDO QUE SE RECEBE”, tirado da Oração da Paz de São Francisco, procura ser sinal de muita proximidade e orientará o meu agir no serviço e na comunhão.
Recordarei sempre o pensamento de Santo Agostinho como fonte de sabedoria e humildade: “Atemoriza-me o que sou para vós; consola-me o que sou convosco: Pois para vós, sou Bispo; convosco sou cristão. Aquilo é um dever; isto é uma graça. O primeiro é um perigo; o segundo, salvação.” (5)
D. Delfim Jorge Esteves Gomes
1) S. JOÃO PAULO II, Discurso à ONU, 5.10.1995
2) S. FRANCISCO, Louvores ao Deus Altíssimo
3) PAPA FRANCISCO, F.T. 55, 3.10.20
4) S. JOÃO PAULO II, Pastor Gregis, 13
5) S. AGOSTINHO, Sermo 340, 1: PL 38, 1483
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