Arquidiocese de Braga -

13 março 2013

MEGAFONE PASCAL

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Mensagem para as Visitas Pascais 2013.

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O megafone pascal

Mensagem para as visitas pascais 2013

A vida pastoral duma comunidade paroquial corre o risco de cair em repetições de iniciativas que, à custa do hábito, podem perder o seu genuíno significado.

O Compasso Pascal é uma das tradições religiosas mais antigas e um dos melhores “megafones” que dispomos, para comunicar uma notícia inédita. Entre nós, este Compasso necessita, em Ano de Fé, de manifestar ou recuperar o sentido de Festa, que entra em todas as casas, testemunhando a alegria dum acontecimento pleno de atualidade: Cristo passou pela morte redentora e está vivo e operante na história humana.

1. Neste sentido, considero que é esta consciência de anúncio festivo de Cristo vivo, que os membros dos compassos devem possuir. Não se trata somente duma alegria exterior, mas duma convicção pessoal a deixar em todos os lares. Isto exige uma preparação pessoal de todos os membros (a começar pelo Sacramento da Reconciliação) e não uma mera disponibilidade para um serviço paroquial a efetuar de qualquer maneira.

2. Se esta consciência de testemunho das pessoas deve ser interiorizada, os sinais exteriores – na apresentação das pessoas e da cruz – devem ser sinónimos da festa anunciadora do núcleo central da nossa fé: a Ressurreição. Nada deve ser descurado! Há pormenores que embelezam e que merecem um cuidado esmerado.

3. Relembro criteriosamente que a visita às casas não pode pautar-se pela pressa ou por certos formalismos. Ser portador de uma notícia tão inédita (Ressurreição) necessita de tempo e de atenção, nomeadamente aos mais necessitados, de modo a sentirem essa presença do Amor de Deus: recordo de um modo especial os doentes e os desempregados. Não se trata de “ver” a casa, mas de “escutar” o grito silencioso que os seus corações desabafam.

4. Não esquecer de levar os votos – do pároco, como primeiro responsável da comunidade paroquial, e do Arcebispo, como aquele que “preside à caridade” - exprime a certeza de que ninguém se pode sentir sozinho, neste dia e nos outros que parecem não ter história.

5. Certamente que durante a visita, os membros que integram o Compasso encontrarão muitos rostos humanos que, por razões diversas, desvalorizam este gesto pascal ou vivem uma fé periférica. A esses, que também são nossos irmãos e alvo da nossa fraternidade, peço que lhes recordem que, embora tenham ignorado/abandonado/esquecido Deus, Ele não desiste de os amar loucamente e está sempre disponível para os acolher.

Apesar de tudo, ou por causa de tudo, devemos, em comunidade cristã, ser “felizes porque acreditamos” e aproveitar a Páscoa para continuar a peregrinação duma vida de Fé, uma vez que não tememos o futuro pois “sabemos em quem acreditamos”!

† Jorge Ortiga, A.P.

12 de Março de 2013.