Arquidiocese de Braga -
23 maio 2016
E convencê-los?!
Alguns grupos conhecem orientações da Igreja Católica, no que diz respeito a cânticos nas celebrações, de modo especial nos matrimónios (uma das grandes dores de cabeça dos sacerdotes, como eu!)
Alguns grupos, sei disso, informam os noivos que os procuram dessas orientações da Igreja.
Alguns grupos, (receio que a maior parte) não! Não podem, pois seria um forte “rombo no orçamento”. Disseram-me que cada músico leva (pelo baratucho) cerca de 100,00€. Não! Nem é muito, se forem Profissionais. Mas, aqui, não basta serem profissionais (tecnicamente falando), pois isto de “cantar em casamentos”, como se vê afixado em qualquer semáforo hoje em dia, não é algo do tipo “Got talent Portugal”. Para que sejam Profissionais, no sentido pleno da palavra, aqui, devem ser cristãos! E, se o fossem, a maioria dos repertórios, teriam de ser reformulados, e não precisava de ser o padre a fazê-lo. Porque não o são, deixam-me o papel do mau da fita: a obrigação de lhes dizer que não a esta música, não a este cantor…. E convencê-los….?!
Algumas músicas, principalmente pelas suas letras, são toleráveis. Para as distinguirmos, não lhe chamemos cânticos apropriados (por assim dizer) para uma celebração cristã deste teor. São toleráveis! A palavra foi pensada, pois a ser exigente…, mais haveria que dizer…, e muito mais a questionar sobre certas cartas de idoneidade recebidas. Não! Não sou diferente, nem melhor que os outros… E já permiti cada coisa…. Como diria o Pedro Chagas Freitas. “Prometo falhar-te!”. Mas podiam ajudar-me(nos) mais um pouco, não?!
Pode parecer pessimismo, uma interpretação tendenciosa/parcial de certas letras das canções. É uma opinião que respeito. Com isso não retiro o valor aos conteúdos das mesmas. Mas devemos estudar a origem das coisas, o seu contexto. Serão os mesmos de hoje? Serão para estas celebrações?
A Música deve ser oração. E oração, para que o seja, deve ser compreensível…. Com sinceridade, digam-me: quantas pessoas, que numa celebração também são fiéis cristãos, entenderão algumas das letras em execução? Bastará que a sonoridade, musicalidade seja “porreira” (desculpem o termo), agradável, quem sabe até divertida, e leve apenas alguns (no caso do matrimónio, talvez só os noivos) para ambientes que aos outros nada lhes dizem, nem significam? Para isso não precisavam de celebrar em comunidade de fé... Não é para que participem na totalidade do dia (diversão/convívio e oração/celebração) que os convidam?
Aos músicos, de modo especial os Profissionais, desejo que continuem a crescer como grupos, e como cristãos.
Aos outros, desejo que, um dia, possam unir-se a nós, e relevem, algo que pareça intromissão numa área que não domino.
Assim como não me anuncio para “fazer casamentos”, desejava reparar menos nos anúncios de quem se propõe para “cantar em casamentos”, quando não o devia.
Agora que penso nisto..., não me recordo se algum dos meus acidentes de viação foi provocado por reparar demais em certos autocolantes, colocados nos sítios mais inesperados….
“Prometo falhar-te”.., mas falharei menos “se deres uma mãozinha”!
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