Arquidiocese de Braga -

17 abril 2023

Belinho levou Páscoa aos doentes com devoção e alegria

Fotografia DM

Procissão do Senhor aos Enfermos seguida por centenas de pessoas nas ruas da freguesia

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Numa manhã soalheira e quente, a Procissão do Senhor aos Enfermos seguiu o trajeto habitual, já sem restrições, levando a Comunhão, neste tempo pascal, a mais de uma dezena de doentes da freguesia.

Centenas de pessoas seguiram ontem a procissão, em Belinho, Esposende, que  percorreu os vários lugares da freguesia com as ruas embelezadas com tapetes de flores naturais numa extensão de cerca de 6 quilómetros.  

Presidido pelo pároco de Belinho, padre José Manuel Ledo, o cortejo religioso incorporou as várias confrarias e movimentos paroquiais, assim como a Banda de Música de Belinho que juntamente com o grupo coral da paróquia ajudou a solenizar esta caminhada de fé em que Jesus Eucaristia é levado aos doentes.

O padre José Manuel Ledo enalteceu o empenho dos paroquianos e grupos que prepararam e apresentaram os tapetes floridos, os quadros bíblicos e as encenações e destacou a devoção, a fé e a alegria de uma comunidade que se orgulha desta solenidade dedicada aos doentes da freguesia.

“Não é nenhuma festa, nem nenhum espetáculo, são quadros bíblicos e representações que mostram, numa catequese ao vivo, a grande devoção a Jesus eucaristia”, realçou o sacerdote. 

São as confrarias e demais movimentos da paróquia que ajudam a levar, de forma solene, a comunhão aos doentes que não se podem deslocar à igreja, neste dia em que a Igreja celebra a Divina Misericórdia. 

Um dos momentos altos da procissão acontece no Lugar do Outeiro, junto à EN 13, com uma representação bíblica ao vivo por um grupo de paroquianos de Belinho, vestido à época. Este ano foi encenada a abertura do Mar Vermelho para a fuga do povo hebreu do Egipto para a Palestina. Vendo o povo hebreu “encurralado” entre o exército do faraó Ramsés II, Moisés ergueu as mãos para o Mar Vermelho e durante toda a noite Deus separou as águas com um forte vento de leste para permitir a fuga.

“Tentamos todos os anos apresentar uma encenação diferente. Para este quadro temos cerca de 25 figurantes e tivemos que arranjar um longo pano azul a fazer de mar”, disse Catarina Gomes, da organização.

A circulação automóvel esteve cortado durante cerca de 15 minutos para que a multidão pudesse assistir, da estrada, à representação, num descampado. A GNR esteve no local a orientar o trânsito. 

Nesta procissão que tem perto de um século, a  decoração das ruas começa a ser preparada com alguns meses de antecedência. Além dos moldes, é necessário assegurar serrim, casca de pinheiro, sementes, entre outros materiais de adorno como flores que são recolhidas só dois dias antes, para que no dia da procissão se mantenham com bom aspeto.

Os tapetes começam a ser elaborados na noite de sábado e só ficam todos prontos de madrugada, às vezes pouco antes da procissão sair. Este ano, entre as várias criações, destacava-se uma alusiva à Jornada Mundial da Juventude.