Arquidiocese de Braga -

29 maio 2023

D. José Cordeiro pede para não negligenciar lugar e papel dos jovens na Igreja

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Arcebispo Metropolita de Braga presidiu à peregrinação do Arciprestado de Amares à Senhora da Abadia

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O Arcebispo Metropolita de Braga defendeu ontem que o papel e o lugar dos jovens não podem ser menorizados na Igreja.

Esta convição foi expressa por D. José Cordeiro na Peregrinação Anual do Arciprestado de Amares ao Santuário de Nossa Senhora da Abadia, que este ano encerrou a Visita Pastoral ao Arciprestado de Amares.

«Decididamente, não podemos negligenciar o lugar e papel dos jovens na Igreja», salientou o prelado, realçando ainda que «os jovens precisam de comunidades espiritualmente maduras, cristãos adultos na fé, capazes de lhes dar razões da própria esperança, dispostos a acompanhá-los no seu caminho, generosos e pacientes na escuta, compreensão, ajuda e proximidade efetiva e afetiva».

Perante muitas centenas de fiéis das 28 paróquias dos Arciprestado de Amares que encheram o recinto onde foi celebrada a missa campal, D. José Cordeiro apelou também à necessidade de se dar mais atenção à escuta e à proximidade, tal como está sugerido na síntese sinodal arquidiocesana.

«A sabedoria oriental ensina que “Deus deu ao homem dois ouvidos, dois olhos e uma boca para vermos e ouvirmos duas vezes mais do que falamos”. A missão tornar-se-á mais consciente e consistente à medida que nos dispusermos a escutar: escutar o Espírito, na Escritura, na criação, nos acontecimentos, na liturgia; escutar os irmãos, nos grupos e comunidades de pertença, nos mais frágeis, afastados e marginalizados, nas vítimas de todo o tipo de abuso e violência; escutar os nossos pastores, acolhendo as propostas e prioridades pastorais da arquidiocese e do Magistério Papal», disse.

Para o Arcebispo de Braga, «a tentação de trocar o ser pelo fazer esgota-se no ativismo; a tentação gerir o tempo em vez do lugar transforma-nos em baratas-tontas; a tentação de priorizar o virtual à presença, faz-nos cair na impassibilidade; a tentação de atender ao acessório em vez do essencial, torna-nos escravos da moda; a tentação de prestar serviços em vez de evangelizar esvazia e reduz as comunidades cristãs a associações de benfeitoria social, promotoria de eventos ou agência de serviços».

Na sua homilia, D. José Cordeiro mostrou-se convicto que «os dons ministérios e ações do Espírito, ao serviço do “bem comum”, hão de contribuir para o crescimento harmónico da comunidade».

Por isso, alertou o prelado, «quando se dá lugar à vaidade, ao bairrismo ou à procura de protagonismo, ameaça-se a harmonia e a unidade da Igreja, provoca-se divisões e conflitos, obsta-se à manifestação do Espírito».

«Não bastam os nossos esforços e trabalhos. É Jesus quem pode desencadear a mudança de horizonte, a libertação do medo e da apreensão, o clima novo de paz e serenidade de que tanto necessitamos para abrir as portas e ser audazes no anúncio do Evangelho aos homens e mulheres do nosso tempo. Precisamos vencer dúvidas e medos que ainda nos fazem viver com as portas trancadas ao Evangelho e de costas voltados uns para os outros», acrescentou o Arcebispo Metropolita de Braga. Em Domingo de Pentecostes, D. José Cordeiro sublinhou ainda a importância do Espírito Santo, realçando que, sem Ele, a Igreja é «incapaz de semear esperança, consolação, alegria e vida no mundo». «Sem o Espírito, talvez possamos fazer grandes discursos, mas sem levar alento aos corações. Sem o Espírito, talvez possamos falar com autoridade e eloquência, mas não seremos capazes de gerar confiança. Sem o Espírito, acabaremos confinados a uma organização, a uma associação de benfeitores, uma concessionária de serviços», realçou.

No final da Eucaristia, o Arciprestado de Amares agradeceu e presenteou     o Arcebipo de Braga, o Bispo Auxiliar, D. Defim     Gomes, e o Bispo Eleito  da Diocese de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida, todos presntes nesta peregrinação pelo trabalho que desenvolveram durante a visita pastoral. D Nuno Almeida, em jeito de despedida, agradeceu e disse que não vai esquecer o que viveu nesta Arquidiocese de Braga e neste arciprestado.