Arquidiocese de Braga -

20 fevereiro 2014

D. JORGE ORTIGA DEFENDE UMA PASTORAL DO DESPORTO

Fotografia

Teve lugar no passado sábado, 15 de Fevereiro, no Auditório Vita, uma homenagem da Arquidiocese de Braga às campeãs e campeões da Europa e do Mundo naturais da região. Entre os homenageados contaram-se diversos atletas para-olímpicos.Para D. Jorge, «a pas

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Teve lugar no passado sábado, 15 de Fevereiro, no Auditório Vita, uma homenagem da Arquidiocese de Braga às campeãs e campeões da Europa e do Mundo naturais da região. Entre os homenageados contaram-se diversos atletas para-olímpicos.

Na homenagem deu-se a particularidade de não estar presente nenhum atleta de futebol. Em declarações ao Igreja Viva, D. Jorge refere a importância de «reconhecer a importância do desporto na sua globalidade, não apenas na vertente exclusiva do futebol que, na minha maneira de ver, continua a ter uma predominância – sobretudo ao nível de apoios – demasiado grande».

Para D. Jorge, «a pastoral da Igreja tem de englobar a vida toda de toda e qualquer pessoa humana. Não é uma pastoral orientada meramente para a dimensão transcendente ou espiritual, mas também para a construção de uma vida feliz na qual o desporto pode ajudar – e não apenas o desporto. Uma das características actuais é a importância do tempo livre, e talvez em Igreja não tenhamos dado a atenção devida ao tempo livre.»

Do mesmo modo, referindo as tradições de prática do desporto nas paróquias, D. Jorge refre como «houve um tempo em que as paróquias tinham os seus espaços desportivos: talvez não seja altura de voltar a ter esses espaços, mas é fundamental que os nossos grupos de jovens, de crianças, de adolescentes sejam encaminhados para o desporto – não apenas o de competição - como espaço que encerra em si um conjunto de valores para os quais é preciso educar: o trabalho de equipa, o espírito de entre-ajuda, o espírito de olhar para o outro e reconhecer humildade em momentos de adversidade. São valores que podem ser desenvolvidos numa pastoral ordinária de uma paróquia, servindo das estruturas disponíveis.»

Uma pastoral que englobe o desporto representa também, para D. Jorge, o desafio de integrar as diversas actividades propostas pela comunidade às crianças e jovens. As escolas de crianças deverão educar para o desporto, «sem esquecer a dimensão espiritual». Os dirigentes devem «reconhecer que as crianças têm necessidade da catequese», surgindo a questão dos conflitos frequentes de horários, «sendo necessário dialogar e, porque não, se numa paróquia existe um grupo desportivo, considerar a possibilidade de alguém desse grupo fazer parte do conselho pastoral da paróquia – pois um conselho pode também englobar associações e grupos civis - para que numa comunidade se possa articular as diversas forças vivas»

Apelo aos dirigentes das colectividades e aos párocos, «se parecer oportuno», para que a vida numa comunidade «seja orgânica e sem conflitos visíveis ou latentes, pensando no bem das crianças e dos jovens no seu desenvolvimento integral», evitando actividades sobrepostas», conclui D. Jorge. (DACS)

Igreja Viva, 20 de Fevereiro de 2014