Arquidiocese de Braga -

19 junho 2009

Abertura do "Ano Sacerdotal"

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Fotografia

D. Jorge Ortiga

Barcelos - 19-06-09

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- Como Igreja Arquidiocesana queremos, neste maior arciprestado em termos de paróquias, dar início ao Ano Sacerdotal.
- Fazemo-lo num ambiente de oração a partir da Palavra de Deus. Creio ser paradigmático sublinhar a prioridade a dar à oração e a centralidade da Palavra.
- O “Ano Sacerdotal” deve comprometer todos. Os sacerdotes devem encará-lo não como um momento ou conjunto de actividades a organizar para os outros. Trata-se de reconhecer o dom – algo que nos é dado e não nos pertence – e intuir a resposta mais adequada à mediação que Cristo quer operar por nosso intermédio. O mediador não é fim em si mesmo; procura que passe por Ele aquilo que Deus quer comunicar e transmitir. Aqui conjuga-se a consciência da grandiosidade duma vocação com a humildade de seres humanos.
- Anunciei que este Ano deveria concentrar os sacerdotes na sua identidade como pessoas que se entregam a uma causa que os transcende e se integram numa família sacerdotal que condiciona o trabalho apostólico. A autenticidade passa pelo “ser da cada um” numa vida de alguém que se deixou e deixa tocar pelo Amor, conscientes que a peregrinação – que parte de Deus para chegar a Deus – tem de ser interpretada dum modo colegial. O presbitério não é uma mera realidade ontológica; demonstra um nível de qualidade através daquilo que cada sacerdote lhe oferece.
- No exame de consciência, efectuado perante o modelo do Cura d’Ars teremos de equacionar a vida segundo um trinómio fundamental:
- O Padre como homem do mistério e este não entendido como algo incompreensível mas como experiência profunda de intimidade com o transcendente a que a fé dará plena compreensão.
- O Padre como homem da comunhão com Deus, com a humanidade, com a natureza e, particularmente e como referi, com os sacerdotes. Somos homens do acolhimento e os nossos horizontes ultrapassam os amigos e conhecidos. Só a comunhão com todo o criado nos pode distinguir e afirmar.
- O Padre como homem da missão a tempo inteiro. O Reino exige uma vida toda, doada com alegria e sempre. A missão exige:
- vontade de ir ao encontro e não ficar à espera lamentando, condenando pessoas e circunstâncias;
- Envolver os leigos nesta consciência eclesial numa atitude de verdadeira corresponsabilidade e nunca mera ajuda naquilo que o padre não pode fazer.
- Criar comunidades verdadeiramente missionárias e conscientes de que Cristo é luz a chegar aos recantos da sociedade hodierna e de todos as espaços geográficos.

Avivar o dom vai trazer a consciência de mostrar que é belo seguir Cristo. Como era bom que os nossos sacerdotes passassem, individualmente ou em grupo, pelo Seminário como a sua Casa Mãe!.. Mais ainda, não seria necessário que fossem acompanhados por jovens onde o gérmen da Vocação Sacerdotal poderia desabrochar?
Rezemos para que este Ano Sacerdotal não seja mais uma iniciativa. Servindo-me do lema do D. António Couto gostaria que fosse um “Ramo de Amendoeira a florir” neste tempo que parece de Inverno para chegarmos à experiência de que Cristo seja tudo em todos de modo que “todos sejam um para que o mundo acredite”.

† Jorge Ortiga, A.P.
19-06-2009