Arquidiocese de Braga -

1 dezembro 2012

UNIÃO DAS MISERICÓRDIAS

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Discurso na Tomada de Posse da nova mesa administrativa.

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Caríssimo Dr. Manuel de Lemos e demais membros da União das Misericórdias,

 

realizou-se em Braga, há relativamente pouco tempo, um “Átrio dos Gentios. A temática – “O Valor da Vida” – motivou a presença dum significativo número de participantes.

                Agora estamos empenhados em fazer com que o seu dinamismo se prolongue na ação pastoral da Igreja. A Vida de todos e toda a vida tem um valor que deve ser defendido, proclamado e, particularmente, respeitado.

                Não é tarefa de alguns uma vez que aí se sintetize o essencial da mensagem evangélica: que a vida humana seja digna e que as carências sejam atenuadas ou anuladas.

                Em dia de tomada de posse do Dr. Manuel Lemos, como Presidente da União das Misericórdias, quero, em nome pessoal e como Presidente da Comissão da Pastoral Social e Mobilidade (não esquecendo o tempo em que fui Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa), testemunhar a minha gratidão por quanto – ele e a sua equipa – realizou em favor da causa humana na orientação cristã do espírito das Obras de Misericórdia. Um novo período se abre. A mesma ousadia e sentido congregador de esforços deve continuar. A problemática hodierna espera que a experiência adquirida se torne vantagem para uma ação social que as situações dramáticas de muitas pessoas exigem. As Santas Casas da Misericórdia, em Igreja continuarão a ser dignas duma história de mais de quinhentos anos.

                Penso que existe uma condição prévia: agir como crentes numa Igreja que se considera serva de todos mas que presta uma atenção particular aos mais débeis e necessitados. Ouso citar uma parte da mensagem do Papa Bento XVI, assinada pelo seu próprio punho, enviada ao Átrio dos gentios. “Há tantos problemas que devem ser resolvidos, mas nunca o serão de todo, se Deus não for colocado no centro, se Deus não se tornar de novo visível no mundo e determinante na nossa vida. Aquele que se abre a Deus não se alheia do mundo e dos homens, mas encontra irmãos: em Deus caem os nossos muros de separação, somos todos irmãos, fazemos parte uns dos outros.”

                Creio não haver programa mais interessante do que este. Estamos em Ano da Fé e Fé é entrega, abandono, confiança em Deus. Humanamente falando, poderemos sentir-nos incapazes. Com Ele a batalha duma vida digna para todos acontecerá. Daí que me atrevo a dizer-vos (as Misericórdias, aos seus Irmãos e Mesas Administrativas): importa que interpretemos a missão que exercemos com Deus no centro da vida. Se o Santo Padre, na referida mensagem, referia que “seria bom de os não-crentes quisessem viver “como se Deus existisse”… caso contrário o mundo não funciona”, para os crentes isto é critério condicionante de qualquer iniciativa e certeza de que a sociedade será mais humana. Com a visibilidade do amor de Deus o mundo torna-se mais humano.

                Um abraço de saudação amiga e fraterna. Caminho convosco todos os dias, na mais profunda comunhão eclesial!

 

† Jorge ortiga, A.P.

Braga, 1 de Dezembro de 2012.